THE DELAGOA BAY COMPANY

Agosto 28, 2022

BOTELHO DE MELO NUM JOGO DE FUTEBOL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: 1960 anos, Manuel Botelho de Melo — ABM @ 2:08 pm

Imagem retocada.

Em primeiro plano, Manuel Inácio Botelho de Melo, assiste, na qualidade de treinador, a um jogo em que participa a equipa que treinava então, em Lourenço Marques, década de 1960. Se o exmo. Leitor adivinhar quem era o clube ou as pessoas retratadas, por favor envie uma nota para aqui.

Agosto 16, 2022

A EQUIPA DE FUTEBOL DO GRUPO DESPORTIVO EM 1976

Filed under: 1970 anos, Equipa Desportivo — ABM @ 1:39 pm

Imagem retocada e colorida. Em 1976 foi quando Lourenço Marques mudou de nome e penso que o Desportivo Lourenço Marques também.

Se o Exmo. Leitor conhecer os nomes dos jogadores, por favor envie uma nota para aqui.

A equipa de futebol do Desportivo em 1976, no Estádio Paulino dos Santos Gil.
A mesma imagem, indexada.

JOSÉ PERIDES, JOGADOR DE FUTEBOL

Filed under: 1950 anos, 1960 anos, José Pérides — ABM @ 1:30 pm

Imagens retocadas.

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Agosto 15, 2022

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES, 1971

Filed under: 1970 anos, Equipa Sporting LM — ABM @ 1:35 pm

Imagem de Hernâni, retocada e colorida. Se o Exmo. Leitor conhecer os nomes das pessoas na imagem, por favor escreva uma nota para aqui.

Ver em baixo a mesma imagem, indexada.
1-?; 2-?; 3-?, 4-?; 5-?; 6-?; 7-?; 8-?; 9-?; 10-?; 11-?

Agosto 13, 2022

JOGADORES DA EQUIPA DE FUTEBOL DA DETA EM PORTO AMÉLIA, ANOS 60

Imagem retocada e colorida. Porto Amélia é hoje a Cidade de Pemba. A DETA – Direcção de Exploração dos Transportes Aéreos dos Caminhos de Ferro de Moçambique, era a principal companhia aérea de Moçambique.

Os cinco heróis da equipa de futebol da DETA. Da esquerda: Juma, F. Figueiredo, Saraiva, Alcino e M. Ferreira

Agosto 11, 2022

JUCA – JÚLIO CERNADAS PEREIRA

Imagens retocadas.

Juca foi um jogador de futebol que nasceu e cresceu em Lourenço Marques. Jogou pelo Sporting LM e em 1948 foi jogar para o Sporting CP.

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Agosto 10, 2022

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE NAMPULA, OUTUBRO DE 1955

Filed under: 1950 anos, Equipa Sporting Nampula — ABM @ 1:57 pm

Imagem retocada e colorida.

O Sporting de Nampula participou no Campeonato de Moçambique de 1955-56.
A mesma imagem, indexada. Se o Exmo. Leitor souber o nome de algum dos retratados ou mais informação sobre o Clube, por favor envie uma nota para aqui.

Julho 18, 2022

MÁRIO WILSON, JOGADOR DE FUTEBOL E TREINADOR, 1949-50

Filed under: Mário Wilson — ABM @ 2:37 pm

Imagem retocada.

Mário Wison com 20 anos de idade, vestindo a camisola do Sporting de Portugal.

Segundo a Wikipédia de hoje, editado por mim:

Mário Wilson (Lourenço Marques, 17 de outubro de 1929 — Maputo, 3 de outubro de 2016), era filho de pai norte-americano e de mãe moçambicana.

Passou a sua infância e adolescência em Lourenço Marques, tendo inicialmente jogado pela equipa Os Fura Redes, dirigida pelos seus dois irmãos. Naquela época também praticou outras modalidades como atletismo, voleibol e basquetebol, o que era comum na Cidade. Depois jogou pelo Grupo Desportivo Lourenço Marques e brevemente pelo Clube Indo-Português.

Com 19 anos de idade chegou ao Sporting Club de Portugal, substituindo o goleador Fernando Peyroteo, um brilhante jogador angolano que havia terminado a carreira. No Sporting ganhou o campeonato nacional de 1950/51. Nas duas temporadas no clube fez 40 jogos e 38 golos. De 1951/52 até 1962/63 jogou pela Associação Académica de Coimbra (enquanto jogador-estudante formou-se em Geologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra), onde mais tarde passou a jogar como defesa. Depois de 16 temporadas na primeira divisão com o clube, aposentou-se em 1963.

Pouco depois epois começou uma carreira como técnico, na Académica, com o clube sagrando-se vice-campeão na época 1966/1967, um êxito inédito na história do clube. Na mesma temporada, chegou à final da Taça em Lisboa, onde a sua equipa foi derrotada pelo Vitória de Setúbal por 3-2.

Na temporada 1975/76 destacou-se como o primeiro técnico português a ganhar o Campeonato Nacional com o Sport Lisboa e Benfica. ajudado pela dupla de avançados, Jordão, que marcou 30 golos, e Tamagnini Nené, com 29. No ano seguinte foi substituído pelo inglês John Mortimore.

Entre Setembro de 1978 e Março de 1980 comandou a selecção nacional de Portugal na campanha para a qualificação pela Campeonato Europeu, mas esse objectivo não foi alcançado, após uma derrota de 1-2 em casa com a Áustria.

Voltou algumas vezes ao comando do Benfica como “bombeiro de serviço” – ganhando a taça de 1979/80 e 1995/96 com As Águias.

Em 1979, Wilson substituiu Mortimer no Benfica. Numa época histórica do clube, que aprovou pela primeira vez em Assembleia Geral a utilização de jogadores estrangeiros. A contratação de Jorge Gomes ao Boavista constitui, assim, um marco de realce do clube. Ainda assim, o Benfica realizou uma temporada terrível, atenuada pela conquista da Taça de Portugal. Depois de orientar outros clubes, entre os quais o Estoril Praia, Mário Wilson retorna ao Benfica no catastrófico reinado de Artur Jorge, antigo avançado, que, curiosamente, chegou à luz pela mão de Mário Wilson. Com a inevitável saída de Artur Jorge, Mário Wilson assume uma equipa desfeita, conseguindo a vitória na Taça de Portugal, batendo o Sporting por 3-1.

A sua filha, Ana, foi Miss Portugal em 1982. O seu neto, Bruno Wilson, nascido em 1996, e que jogava nas equipas de formação do Sporting, actualmente joga na equipa B do Sporting de Braga.

Em maio de 2012 o Velho Capitão, como é carinhosamente conhecido Mário Wilson, apresentou a sua biografia Mário Wilson o velho capitão, da autoria de Carlos Rias.

Morreu a 3 de outubro de 2016, aos 86 anos.

Clubes como técnico:
1998/99: FC Alverca
1997/98: SL Benfica
1996/97: SL Benfica
1995/96: SL Benfica
1993/95: FAR Rabat
1990/91: RD Águeda
1989/90: SC Olhanense
1988/89: SC União Torreense
1988-88: Louletano DC
1986/88: Cova da Piedade
1985/86: Estoril Praia
1984/85: Boavista FC
1983/84: GD Estoril Praia
1980/83: Académica de Coimbra
1979/80: SL Benfica
1978/80: Portugal
1977/79: Vitória de Guimarães
1976/77: Boavista FC
1975/76: SL Benfica
1971/75: Vitória de Guimarães
1970/71: FC Tirsense
1968/70: CF Os Belenenses
1964/68: Académica de Coimbra

Setembro 16, 2021

A EQUIPA DE FUTEBOL DO ALTO-MAÉ EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Fotografia de Manuel Inácio Botelho de Melo que encontrei num álbum dele. Se o Exmo. Leitor souber alguma informação, peço que envie uma nota para aqui. Grato ao Cremildo Gonçalves por identificar a equipa.

Botelho de Melo à direita em camisa branca. Ao lado um jogador tem na camisa “D.A.”
A mesma imagem, retocada.

AS INSTALAÇÕES DO CLUBE FERROVIÁRIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

1 de 2. Ver em baixo a mesma imagem, legendada.

2 de 2. Legendas: 1- Sede do Clube; 2- Espaço junto às bancadas de cimento onde em cerca de 1971 foi inaugurada uma piscina de 25 metros; 3- campo de futebol, inaugurado cerca de 1924. Em 1968 o Ferroviário inauguraria um estádio muito maior na Machava; 4- campo de hóquei em patins; e 5- campos de ténis.
O então Estádio Salazar. Naquela altura, parecia que davam o nome de Salazar a tudo. Até à Matola. Mas estas tricas não diminuiram a dimensão da obra do clube, que foi integralmente feita em Moçambique e por moçambicanos.

A Página 47 do Livro de Ouro de Moçambique, uma referência.

A entrada da sede do Clube, vista de dentro. Uma obra prima da Art Deco. Só entrei lá uma vez na vida, no início dos anos 70, quando, patrocinada pela então consulado americano em Lourenço Marques, aqui foi exposta durante uns dias uma pedra (bem, uma pedrinha…) trazida pela Lua pelos astronautas que pela primera vez pisaram o solo lunar em Julho de 1969.

Setembro 14, 2021

EQUIPA DE FUTEBOL DE LOURENÇO MARQUES NUM RESTAURANTE, ANOS 60

Filed under: Manuel Botelho de Melo — ABM @ 8:51 pm

Imagens retocadas, de Manuel Inácio Botelho de Melo.

Há nos álbuns do meu Pai algumas fotos que positivamente não sei o que são, como estas três. Se o Exmo Leitor conhecer alguém, peço que envie uma nota para aqui. Presumo que seja uma equipa de futebol de Lourenço Marques a almoçar algures durante uma deslocação.

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A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES EM NAMPULA, 1967

Filed under: 1960 anos, Equipa Sporting LM, Manuel Botelho de Melo — ABM @ 8:38 pm

Imagem retocada, que era do meu Pai.

A equipa de futebol do Sporting LM em Nampula, 1967.

A mesma imagem, indexada. Eu lembro-me de quase todos eles mas com nomes no futebol sou um zero à esquerda. Se o Exmo. Leitor conhecer alguma das pessoas retratadas, peço que envie uma nota para aqui. O nº10 é Manuel Inácio Botelho de Melo, treinador da equipa naquela altura.

Setembro 13, 2021

DURANTE UM JOGO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: Equipa Benfica LM, Manuel Botelho de Melo — ABM @ 4:25 pm

Imagem retocada.

Durante um jogo, no campo de futebol do Sporting LM, penso que na altura o Pai Botelho de Melo (2º a contar da direita) era treinador do Benfica LM. Anos 60. Se o Exmo. Leitor reconhecer mais alguém, por favor envie uma nota para aqui.

A EQUIPA DE FUTEBOL DO NOVA ALIANÇA EM LOURENÇO MARQUES, 1974

Imagens retocadas. Foto de Manuel Botelho de Melo, meu Pai, que na altura era o treinador da equipa. Um abraço para todos.

Os então jovens valentes do Nova Aliança, 1974. Não consigo identificar o campo.

A mesma imagem, indexada. Segundo o Exmo. Leitor Diogo Amaral: 1- ?; 2 – Luís Ribeiro (falecido); 3 – Henrique Banze; 4 – Rogério Amaral (falecido); 5 – Chikumba (falecido); 6- ?; 7 – Natalino; 8- ?; 9 – Laquene (falecido); 10 – Gil Guiamba; 11 – Dé; 12 – Bobana Jauane (falecido); 13 – Didinho Ribeiro; e 14 – Ramos Siquice. Se o Exmo. Leitor reconhecer algum dos restantes elementos não nomeados, peço que envie uma mensagem para aqui.

Setembro 8, 2021

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES NUM TREINO, ANOS 60

Imagens retocadas. ACHO que é o Sporting LM. O treinador é Manuel Inácio Botelho de Melo.

1 de 2. O 2º a contar da direita é Botelho de Melo.

2 de 2. Se o Exmo. Leitor conhecer alguém, por favor envie uma nota para aqui.

Fevereiro 17, 2021

O JOGO DE FUTEBOL DESPORTIVO-DURBAN CITY CANCELADO EM 1962

Segundo um texto do jornal sul-africano The Cape Times, tendo sido organizado um jogo de futebol entre as equipas do Grupo Desportivo Lourenço Marques e o Durban City Football Club, em 17 de Fevereiro de 1962 o jogo foi cancelado dado que na equipa de futebol do Desportivo havia entre os jogadores um “de cor” e na África do Sul, cuja legislação especificamente impunha a separação entre as raças, não era permitido jogadores não brancos jogarem contra brancos.

Um emblema do Grupo Desportivo Lourenço Marques. Em 31 de Maio faz 100 anos que foi fundado. O que era o Desportivo ainda existe, agora com o nome Grupo Desportivo de Maputo.

Diz o texto do Cape Times, publicado há 59 anos:

“No dia 17 de fevereiro de 1962 foi cancelado o jogo de futebol entre o Grupo Desportivo Lourenco Marques e o Durban City Football Club. Um jornal de Lourenço Marques noticiou que isso acontecia porque nenhum jogador de cor poderia jogar durante o jogo. Segundo uma reportagem do Cape Times, os próprios membros das equipas decidiram não participar do jogo. Em mensagem recebida de Durban na noite anterior ao apito inicial, o dirigente do clube de Durban, Norman Elliot, afirmou: “O governo português da África Oriental recusou autorizar a deslocação da equipa, a menos que pudesse levar um jogador de cor com eles.” É evidente aqui que a questão da Seleção Portuguesa incluindo jogadores de cor foi levantada pelo governo sul-africano. Esta sempre foi uma condição estabelecida pelo governo sul-africano para qualquer equipa estrangeira que visitasse a África do Sul em qualquer desporto. O governo português da África Oriental, como muitos outros, decidiu cancelar a digressão do Desportivo pela África do Sul por não poderem participar jogadores de cor.”

O emblema do Durban City. Fundado por Norman Elliot em 1959 na Cidade de Durban, foi extinto em 1988.

Março 2, 2020

MATATEU E VICENTE LUCAS: AS ESTRELAS DE MOÇAMBIQUE NO CENTENÁRIO DO BELENENSES

Texto e foto copiados com vénia de um artigo publicado no Jornal de Angola em 27 de Setembro de 2019, que remete a um trabalho feito por Nuno Fernandes, jornalista do Diário de Notícias, ligeiramente editado por mim e com uma nota no final.

(início)

 

Os dois irmãos.

 

“Fomos à PIDE. Eu, deixando o braço em baixo, disse que me esquecera de o levantar. Não houve mais problemas porque o Belenenses moveu influências. Nunca fui político, mas embirrava com aquelas coisas do fascismo. O Barreiro era foco de comunistas opositores ao regime e eu era amigo de muitos. Mas fiz aquilo sem premeditação, foi um acto natural”, contou Quaresma, anos mais tarde, ele que morreu em Dezembro de 2011. Na revista Stadium, na altura, saiu uma fotografia retocada pela censura em que os jogadores apareciam com os dedos esticados.

Nas décadas de 1950 e 1960 actuaram no Belenenses as duas maiores figuras de sempre do clube. Matateu e o seu irmão Vicente Lucas. Começaram por brilhar nas Salésias, na Ajuda, mas depois mostraram-se no Estádio do Restelo, inaugurado a 23 de Setembro de 1956, no espaço de uma antiga pedreira cedida pela Câmara Municipal de Lisboa, com vista para o Tejo e para a Torre de Belém.

A Oitava Maravilha do Mundo

Nascido em Lourenço Marques, Matateu chegou ao clube de Belém em 1951, oriundo do Grupo Desportivo 1.º de Maio, filial do Belenenses – ganhou 30 contos de luvas e auferia 1600 escudos de salário por mês. Logo na estreia pelos azuis, nas Salésias, nesse mesmo ano, frente ao Sporting, deixou o seu cartão-de-visita: marcou dois golos na vitória do Belenenses por 4-3 e deixou o campo carregado em ombros.

“Os adeptos azuis, em completo delírio, invadiram o campo e levaram-no em ombros até à cabina. Disse-se então, e era verdade, que pela primeira vez em Portugal homens de raça branca levaram em ombros e em triunfo um homem de raça negra”, pode ler-se num texto no sítio oficial do Clube de Futebol Os Belenenses na internet.

O avançado, que além dos golos também se destacava pelas assistências, nunca conseguiu ser campeão de Portugal (esteve perto, em 1955, ano em que o Belenenses perdeu o campeonato a quatro minutos do fim, ao consentir um empate com o Sporting), mas tornou-se uma figura da selecção portuguesa e um dos melhores jogadores a actuar em Portugal – apontou mais de 200 golos na carreira e foi o melhor marcador do campeonato por duas vezes (1952-53 e 1954-55).

Matateu brilhava no Belenenses, mas foi ao serviço da selecção portuguesa que ganhou projecção internacional. Como num jogo em Maio de 1955, contra a Inglaterra, quando fez a assistência para o primeiro golo marcado por José Águas e depois fez o 2-1 para Portugal (que venceu por 3-1), com um grande golo, depois de driblar vários adversários e bater o guarda-redes Williams.

“Um negro, sempre sorridente, natural de Moçambique, África Oriental Portuguesa, é esta noite o rei do futebol português. Em Moçambique foi-lhe dado o nome de Lucas da Fonseca, mas há muito tempo que já ninguém se preocupava com isso. Passaram a chamar-lhe Matateu – um cognome que significa a ‘Oitava Maravilha do Mundo’ – desde que começou a driblar como um mago e a chutar como um canhão. E foi essa Oitava Maravilha do Mundo do futebol que rebaixou e humilhou uma Inglaterra destroçada”, podia ler-se à data no jornal inglês Daily Sketch.
Também a France Football rendeu-se ao talento de Matateu pelos grandes jogos que fez com a camisola do Belenenses na Taça Latina, diante dos colossos Real Madrid e AC Milan. “Alfredo Di Stefano cede o seu lugar de vedeta a Matateu, o extraordinário negro de Moçambique. “Esperava-se Di Stefano e tivemos Matateu. Uma revelação!”, lia-se na prestigiada revista francesa.

Matateu, que bebia várias cervejas por dia e até no intervalo dos jogos, foi brilhando com a camisola do Belenenses e de Portugal e na época 1963-64, com 37 anos, deixou os azuis, representando depois o Atlético, Amora, Desportivo de Gouveia e Chaves, antes de se radicar no Canadá, falecendo em Janeiro de 2000, aos 72 anos.

O Corta Vicente que secou Pelé

Matateu já era uma estrela dos azuis e da selecção de Portugal, quando o seu irmão Vicente Lucas assinou pelo Belenenses, em 1954, o único clube que o extremo-esquerdo representou durante a curta carreira e do qual é ainda hoje a maior referência viva.

“Primeiro fui o irmão do Matateu, depois fui ‘o gajo que era bom’ e só depois o Vicente Lucas ou o Pézinhos de Lã. Depois fui o Corta Vicente. Na altura, o futebol era rei na rádio. Nos relatos, quando iam descrever um lance meu, era sempre a mesma coisa: ‘Corta, Vicente.’ Ainda hoje, é uma forma carinhosa de me lembrarem o jogador que fui. Se cortas ou roubas a bola ao Pelé, tens o currículo feito, mas eu fui mais do que isso”, contou numa entrevista ao Diário de Notícias, em Agosto de 2018.

E lá está… Pelé. Apesar de insistir que a sua carreira foi mais do aquele célebre jogo pela selecção de Portugal no Mundial de 1966, contra o Brasil, no qual secou o rei Pelé, esse jogo ficou para a história:

“Foi uma coincidência marcar o Pelé. Acho que naquela altura não havia isso da táctica. O Otto Glória, que treinava o Belenenses e conhecia o Pelé, disse-me assim: ‘Fica de olho nele, se ele for à casa de banho tu vais com ele.’ Eu tentei, ele fugia pela esquerda, pela direita, pelo meio… Um jogador daqueles não se podia marcar, era difícil, um jogador extraordinário que não tinha um lugar certo para jogar. Marquei-o e não me saí mal. Não sei como o fiz, mas fiz.

E nós ganhámos por 3-1. Mas digo-lhe uma coisa: nem Pelé nem Eusébio se comparavam ao Matateu. E não digo isto por ser meu irmão, mas porque era um jogador do caraças.”

Quando o Belenenses defrontou o Real Madrid e o AC Milan na Taça Latina, a revista France Football, que tantos elogios fez ao seu irmão Matateu, também destacou Vicente Lucas:

“Confirmou toda a sua classe. Com um estilo e uma souplesse magnífica, efectua um vai e vem contínuo. Com 19 anos, Vicente Lucas é, sem dúvida alguma, um dos melhores médios europeus.”

O ano de 1966 ficou marcado pelos melhores (Mundial, onde Portugal brilhou e garantiu o terceiro lugar) e também pelos piores motivos, pois foi nesse ano que Vicente Lucas teve um grave acidente de carro e perdeu um olho, uma fatalidade que o obrigou a pôr um ponto final na carreira de jogador de futebol aos 30 anos.

O Belenenses: um clube com história de treinadores

Fundado a 23 de Setembro de 1919, num banco de jardim em Belém, o Clube de Futebol Os Belenenses completou segunda-feira (Setembro de 2019) 100 anos de existência. Um centenário cheio de histórias, de momentos e figuras, cujo ponto desportivo mais alto terá sido alcançado em Maio de 1946, precisamente o mês e o ano em que o clube foi campeão de Portugal pela primeira e única vez.

Desta equipa do Belenenses que foi campeã l (antes tinha ganho o Campeonato de Portugal em três ocasiões, 1927, 1929 e 1933) fazia parte uma das grandes figuras do clube, Artur Quaresma, que nesse ano de glória participou em 22 jogos e marcou 14 golos, ele que representou o emblema do Restelo entre 1936 e 1948.

Artur Quaresma foi um dos três jogadores do Belenenses que num célebre jogo entre as selecções de Portugal e Espanha, em Fevereiro de 1938, nas Salésias, numa partida combinada entre Salazar e Franco, teve a coragem de desafiar o regime. Numa altura em que era tocado o hino e jogadores e público se levantaram de braço estendido a fazer a saudação fascista, num estádio cheio de figuras ligadas ao regime e embaixadores da então Itália fascista e da Alemanha nazi, três jogadores, todos do Belenenses, recusaram-se a seguir o exemplo. Artur Quaresma manteve as mãos atrás das costas; Simões e Amaro fecharam o punho. O gesto saiu-lhes caro.

Artur Quaresma, Matateu e Vicente Lucas foram alguns dos melhores futebolistas da história centenária do Belenenses, clube que actualmente actua nos distritais, depois de em 2018 ter tomado a decisão de se separar da SAD e começar tudo de novo. Além do campeonato de Portugal conquistado, em 1945-46, o Belenenses ganhou também três Taças de Portugal (1941-42, 1959-60, 1988-89).

O clube da Cruz de Cristo tem também uma história feita de treinadores, casos de Otto Glória, que orientou os azuis entre 1959 e 1961, depois de ter deixado o Benfica. Ou Fernando Riera, o chileno que esteve ao comando do clube entre 1954 e 1957 e que depois viria a transferir-se para o Benfica, onde perdeu a final da Taça dos Campeões Europeus de 1962-63.

Entre Otto Glória e Fernando Riera, o Belenenses teve como treinador Helenio Herrera, técnico franco-argentino que tinha ganho dois campeonatos espanhóis pelo Atlético de Madrid anos antes e que mais tarde, já na década de 1960, depois de ter passado pelo Barcelona, onde foi duas vezes campeão espanhol, viria a ficar na história do Inter Milão – além de três títulos de campeão italiano venceu duas Taças dos Campeões Europeus.

Helenio Herrera foi um dos grandes dinamizadores do catenaccio, uma táctica defensiva, com marcação homem a homem, onde surge um líbero a apoiar os quatro defesas, que já tinha sido utilizada por vários treinadores (a primeira vez pelo austríaco Rappan na década de 1930 e depois já em Itália por Nereo Rocco), mas que no Inter de Milão teve um enorme sucesso.

(fim)

 

Fevereiro 26, 2020

EUSÉBIO, 1966

Filed under: 1960 anos, Eusébio da Silva Ferreira — ABM @ 3:58 pm

Um dos maiores símbolos do desporto português e moçambicano.

 

O Rei.

Fevereiro 24, 2020

MATATEU

Filed under: 1950 anos, Matateu — ABM @ 8:42 pm

Imagem retocada.

 

Matateu

Outubro 30, 2019

NUNO MARTINS RECORDA MÁRIO WILSON E EUSÉBIO EM ENTREVISTA, 2016

Uma grande e memorável peça de Rui Miguel Tovar, uma entrevista a Nuno Martins (com 82 anos de idade em 2016), publicada n’O Observador em 27 de Outubro de 2016, donde extraí os seguintes excerptos.

O Sporting LM em 1960. Nuno Martins, entrevistado em 2016 por Rui Miguel Tovar, é o capitão da equipa, o segundo de pé a contar do lado esquerdo.

SOBRE MÁRIO WILSON (com quem Nuno Martins jogou na Académica de Coimbra nos anos 50)

Quem jogava nessa altura?
Na baliza, Orlando Carvalho Ramin. Na defesa, eu à direita, Melo à esquerda, Corina e Carola no meio.

Corina e Carola, isso são desenhos animados?
Eheheheheh. O Corina é o Mário Wilson, o Carola é o Mário Torres.

Mário Wilson. O Nuno jogou com o Mário Wilson?
Ai sim, sim. Muito. E bem.

Como era ele?
Metia a bola onde queria desde a defesa. E metia-a de uma maneira muito própria. Repare: toda a gente sabe que se nos inclinarmos muito para trás, a bola sai pelo ar, totalmente desgovernada. O Mário Wilson, não. Jogava quase sempre inclinado e as bolas saíam-lhe rasas, perfeitas para os extremos.

E como pessoa?
Era um companheirão. Discutia problemas que não lembram ao diabo, sempre bem-disposto, muito educado, vivo, cheio de humor. Os irmãos também estavam em Coimbra: o Guilherme Oliveira jogava nas reservas da Académica e o Henrique era basquetebolista, também da Académica.

MOÇAMBIQUE E EUSÉBIO

Uau, isso é memória RAM. Então, e depois da Académica?
Fui jogar para Moçambique. Fiquei encantado com aquela terra e quis ficar. De 1958 a 1964, fui jogador, capitão e treinador do Sporting de Lourenço Marques.

Ah, então foi assim que se cruzou com Eusébio?
Sim, vamos lá começar a conversa a sério [risos]. Num determinado dia, ou melhor noite. Naquela altura, os treinos eram das 19 horas até às 22, 22 e tal. Estava eu a trabalhar com os três guarda-redes com bolas medicinais quando me aparece um seccionista do Sporting, de seu nome Vigorosa, a dizer “Estão ali cinco rapazes que querem treinar e vir à experiência. Um deles, já o vi jogar e é muito bom, um miúdo com uma habilidade nata, um fora de série”. Àquela hora, não dava muito jeito mas eram miúdos e devemos sempre dar-lhes uma oportunidade. Ok, disse eu, que calcem umas sapatilhas e vamos observá-los. Aparece então um miúdo magrinho, de 16 anos, e espantou-me a sua voz de líder. Perguntei-lhe o porquê ter aparecido só àquela hora e ele responde-me: “Bem, fomos ali ao campo do Desportivo [conotado com o Benfica de Lisboa, devidamente simbolizado com a águia] e não nos deixaram entrar.”

Porquê?
O treinador de juniores do Desportivo era um senhor chamado Mário Romeu, funcionário da embaixada italiana em Lourenço Marques, e certamente já tinha acabado o treino. Ter-lhes-á dito “não, hoje já não há mais nada para ninguém.” E o Eusébio, juntamente com os seus quatro amigos, saiu do Desportivo e entrou pelo portão do Sporting, onde estava eu a treinar os guarda-redes.

E depois?
Eles, os cinco, treinaram comigo e com os três guarda-redes. Fizemos um campo improvisado e jogámos uma peladinha, onde percebi que o Eusébio tinha uma habilidade acima da média. Disse-lhe logo ‘tu ficas no Sporting, podes ser inscrito’ ao que ele respondeu imediatamente ‘inscrevo-me eu não, ou nos inscrevemos todos ou não se inscreve ninguém’. A tal firmeza na voz aos 16 anos. Isto é muito importante. Não é para todos. Eu então disse ao Vigorosa para os inscrever a todos.

Desculpa lá mas vou repetir-me: e depois?
Aos 17 anos, o Eusébio já era um jogador feito. Chamei-o ao meu gabinete e perguntei-lhe se queria mais uma época nos juniores ou se queria saltar já para as honras, que era como se chamavam os seniores. Ele respondeu-me na hora: ‘Quero ir para as Honras.’ Pronto, o resto é história.

Não, não. Conte lá algumas histórias do Eusébio.
Os primeiros jogos foram verdadeiramente empolgantes. Ele tocava na bola e levava tudo à frente. Era um fenómeno. Marcava golos, assistia os companheiros, fazia todo o tipo de diagonais.

Jogava a que posição?
Interior-esquerdo. Sempre. E sempre com o número 10. Tinha cá um pé esquerdo. Mais habilidoso e potente que o direito. Com o passar do tempo, habituou-se a jogar mais com o direito do que com o esquerdo e isso permitia-lhe fazer todas as diagonais possíveis e imaginárias. Lembro-me de uma dele.

Onde?
Numa viagem às Maurícias, pela seleção. Em Lourenço Marques, só havia pelados [campos sem relvado]. E nas Maurícias, o clima é marítimo, pelo que a relva era húmida. O Eusébio calçou umas chuteiras com pitons rasos e fez jogos extraordinários, sem cair uma única vez. Os locais estavam verdadeiramente espantados porque alguns deles ainda tropeçavam, escorregavam, caíam. O Eusébio não. Parecia um bailarino. E marcava golos. Na estreia pelo Sporting, ganhámos 4-1 e ele marcou logo um ou dois. A partir daí, começou a ser conhecido. E a lenda foi crescendo, crescendo, crescendo…

É aí que aparece o Sporting e o Benfica?
Não, não. Antes disso, há o Belenenses. Lembro-me perfeitamente que o Belenenses fez uma digressão por Moçambique e jogou com a seleção dos naturais. Quando chegou a Portugal, o mestre Otto Glória, treinador do Belenenses [e seleccionador de Portugal no Mundial-66], foi questionado pelos jornalistas portugueses sobre Eusébio, porque já se falava dele. Mas Otto Glória respondeu que “não, como Eusébio havia lá muitos.” Sinceramente, não percebi.

Terá Eusébio jogado mal nesse dia com o Belenenses?
Sim, não terá sido o Eusébio de sempre mas dizer que há muitos como ele… Essas reticências do Otto Glória fizeram com que o Sporting não apostasse logo no rapaz. Aliás, eu próprio, como treinador do Sporting de Lourenço Marques, recebi dois telefonemas do Sr. Fernando da Costa, chefe de departamento do Sporting Clube de Portugal, a perguntar-me se o Eusébio era, de facto, aquilo que se dizia na imprensa. Eu respondi sempre que sim, que o rapaz não enganava ninguém, mas do lado de lá disseram-me que ele não ia para o Sporting.

É aí que aparece o Benfica?
Antes de responder a isso, vou dizer-lhe uma coisa: um certo dia, estava eu a preparar-me para sair de casa em direção ao Campo João da Silva Pereira para mais um treino no Sporting, quando o Eusébio bate-me à porta. Foi lá despedir-se de mim, que já não iria treinar nessa quinta-feira. Até me lembro da frase dele: ‘Eu vou para o Puto’, como era conhecido Portugal. Eu questionei-o: ‘Mas então já assinaste, já falaste com a Direção” e ele respondeu-me ‘já, já’. E estava correto. A Direção estava ao corrente de tudo e o Eusébio desapareceu de cena. Antes disso, pedi-lhe uns minutos, fui a casa e ofereci-lhe um casaco-blazer que tinha comprado na África do Sul. Ele agradeceu e adeus.

E a teoria do rapto?
O que eu sei é que o Eusébio pernoitou na casa de um senhor chamado Vasco Machado, juntamente com o Major Rodrigues de Carvalho, que mais tarde acabou por ser Brigadeiro e Presidente da Assembleia Geral do Benfica. Ora o que se passou? Conta-se que esse Major foi à estação central dos Correios, Telégrafos e Telefones de Lourenço Marques, ao lado do Café Scala, na parte baixa da cidade, e emitiu dois telegramas. Um para o Sporting Clube de Portugal, a dizer “Eusébio segue navio motor, Príncipe Perfeito”. E outro para o Benfica. “Rute, segue avião hoje”. O que aconteceu? Enquanto o Sporting fez contas de cabeça sobre a viagem de barco, que atracava em Chelas, o Benfica foi buscar o Eusébio à Portela naquela noite de dezembro 1960. Nesse ano, fomos campeões.

Fomos, quem?
O Sporting de Lourenço Marques. Eu a capitão, o Eusébio a número 10.

Voltou a ver o Eusébio?
Sim, muitas vezes. Por exemplo, em 1963, quando o Sporting de Lourenço Marques ganhou o campeonato distrital, provincial e a eliminatória com o campeão de Angola, que lhe garantiu o direito de jogar a Taça de Portugal. E quem foi o nosso adversário? O Sporting Clube de Portugal. Viemos a Lisboa e fizemos os dois jogos. Perdemos o primeiro por 3-1, a ganhar 1-0 ao intervalo. Ficámos hospedados no Hotel Suíço Atlântico, junto ao Elevador de Santa Justa. E o Eusébio foi lá ter lá connosco, almoçar. Quem lá estava era o fotógrafo sr. António Capela, do “Record”. Por graça, vestimos o Eusébio com a camisola 10 do Sporting de Lourenço Marques e tirou-se uma fotografia. Eu aí disse-lhe ‘estás metido numa encrenca, se essa fotografia sai…’ e o Eusébio, já jogador feito e consagrado no Benfica, pediu então ao Capela para que a fotografia não fosse publicada. Dito e feito. Acordo de cavalheiros. Na segunda mão, outra vez em Alvalade, perdemos 4-2, mas esteve 2-1 e 3-2.

Nuno Martins em 2016. Foro de Pedro Azevedo, retocada.

Junho 7, 2019

RENATO CALDEIRA E O DESPORTO EM MOÇAMBIQUE NOS ANOS 60

Imagem (retocada) e uma crónica lúcida e interessante, muito ligeiramente editada, da autoria do jornalista Renato Caldeira, reproduzidos com vénia d’O País, jornal publicado em Maputo, na edição de 29 de Novembro de 2018.

 

A equipa de futebol de O Belenenses de Lourenço Marques, presumo. Para encontrar a mesma imagem indexada, ver em baixo. O Renato está aqui algures.

 

O Desporto nos Anos 60

O futebol nos anos 60, era uma loucura. Nos bairros, o destaque ia para a Mafalala e o Xipamanine, com tudo a culminar no “Xilunguine”. Ter acesso a um campo de futebol e poder ver estrelas como Abel Miglietti, Carlitos ou Mombaça, que tinham nível para entrar “de caras” nos chamados três grandes de Portugal, era quase um sonho.

Tinha eu 16 anos, provinciano recém-chegado de Quelimane, olhos e olhares esbugalhados perante o “néon” da Lourenço Marques de então. Comecei a jogar nos júniores do Belenenses, II divisão, que treinava no campo do Ferroviário na Baixa, às terças e quintas, das 21 às 23 horas. Jogávamos ao domingo de manhã.

Mas a minha paixão principal era pelo atletismo, em que treinava todos os fins de tarde, excepto aos sábados e domingos, em que aconteciam as provas no Parque José Cabral [hoje, dos Continuadores] perto do Hotel Polana. E ainda estudava à noite, na Escola Industrial. Uma vida bem preenchida!

Jornalismo: “paredes-meias” com as corridas e pontapés

Ano de 1966. Vivia eu o desporto, no nervo e no sangue. Naquele tempo, dificilmente um jovem praticava uma só modalidade. Eu não era excepção.

Porém, havia que dar prioridade à profissão de tipógrafo. Mesmo assim, como produto de alguma irreverência, surgiu um outro “bichinho”: escrever para o desaparecido Diário de Lourenço Marques, jornal que ficava ao lado da Sé Catedral. Fazia pequenas crónicas dos jogos das II e III divisões, mais as partidas de juniores. O “salário”? Um cartão de livre-trânsito que me permitia assistir a todas as competições desportivas. Assim, esmerava-me, era assíduo porque ao possuir um “livre-trânsito” até me considerava bem remunerado. Saía do Bairro de Chamanculo, com amigos e era o único que não tinha que aguentar filas e empurrões nos portões.

Crescer e aparecer

Entrar na Redacção do Diário de Lourenço Marques e beneficiar de uma secretária para rabiscar as minhas croniquetas sem eu ter a cor “adequada” de então, era na altura uma aventura. Uma raridade.

Recordo-me que no dia 29 de Junho de 1968, fui indigitado para cobrir um combate de boxe para o título mundial, realizado na Praça de Touros, engalanada, entre um norte-americano negro chamado Curtis Cokes e o sul-africano Willie Ludick, de raça branca, combate que veio para Lourenço Marques por causa do apartheid na vizinha África do Sul. Com o meu melhor fatinho, lá me sentei numa das cadeiras da primeira fila para reportar o autêntico massacre que o americano infligiu ao nosso vizinho, num combate que acabou no terceiro assalto. No dia seguinte, já como espectador, vivi as emoções do Portugal-Brasil na inauguração do Estádio Salazar na Machava. Foi assim que o bichinho entrou, para ficar, já lá vão 50 anos.

Um atleta mediano

O ambiente no atletismo do Sporting era excepcional. A rivalidade era face ao Desportivo e ao Ferroviário. Nos “leões”, a fraternidade entre atletas masculinos e femininos era a razão principal da minha assiduidade. Lucrécia Cumba, Abdul Ismail, António Fernandes, Magid Osman e outros, eram as estrelas treinadas por Luís Revez, técnico recentemente falecido.

Da minha parte, com marcas modestas, a paixão pela corrida proporcionava-me grande vantagem no futebol.

No desporto-rei, sem ter tido uma carreira brilhante, joguei no Belenenses dos juniores aos seniores, actuando a defesa central, de 1965 a 1969. Era considerado pendular, ao ponto de ter sido “namorado” pela Académica de Coimbra, na sua digressão por Moçambique no final da década 60.

Seguiu-se uma temporada no Ferroviário de Inhambane em 1970 e no ano seguinte no Sporting de Tete, sempre como titular e campeão nos então dois distritos.

Curta, mas apaixonada, foi a carreira deste escriba, que subalternizou o desporto, primeiro pela gráfica, abraçando, com paixão, poucos anos mais tarde o jornalismo como profissão, até aos dias de hoje.

 

A mesma imagem, indexada. Se o Exmo. Leitor conhecer algum dos valentes, e a equipa, por favor escreva uma nota para aqui.

Novembro 7, 2018

RECORTES DESPORTIVOS DE LOURENÇO MARQUES, ABRIL DE 1933

O Ilustrado de Lourenço Marques, Nº2, 15 de Abril de 1933, p.23. Imagem retocada.

 

A “página desportiva” da revista ilustrada do Notícias de Lourenço Marques, com imagens de futebol, ténis, equitação e … aviação.

EQUIPA DE FUTEBOL DO DESPORTIVO LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1950

Filed under: 1950 anos, Equipa Desportivo, Roberto Chichorro — ABM @ 2:39 pm

 

 

Uma equipa de futebol do Grupo Desportivo Lourenço Marques, meados dos anos 50. Ver em baixo a mesma foto, legendada.

 

A mesma foto, legendada. Se conhecer os nomes em falta, por favor escreva para aqui. O número 4 é o Roberto Chichorro, mais tarde conhecido como pintor.

Novembro 2, 2018

UMA EQUIPA DE FUTEBOL DO GRUPO DESPORTIVO MAHAFIL, ANOS 60

Filed under: Equipa do Mahafil, FUTEBOL MOÇAMBIQUE — ABM @ 8:58 pm

Imagem retocada por mim.

Uma equipa do Mahafil, agremiação de Lourenço Marques fundada em 5 de Outubro 1915, portanto com uma distinta história – e que ainda existe. O Clube surge na sequência de esforços de organização da comunidade muçulmana residente na Cidade, três anos depois da formação, da Associação de Socorro Mútuo e de Ensino Islâmico Anjuman Anuaru Issilamo. Se o Exmo. Leitor souber de mais detalhes sobre esta equipa e o clube, por favor escreva para aqui.

Segundo o livroLusophonies asiatiques, Asiatiques en lusophonies (Karthala Editions, 2001) só em 15 de Outubro de 1929 é que o Mahafil procedeu à aprovação dos seus estatutos, submetendo-os, como era a prática da altura, a aprovação pelo Governador-Geral.

Capa dos Estatutos do Mahafil, 1931.

Novembro 1, 2018

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES, 1954

Grato ao Manuel Azevedo.

 

A equipa de futebol do Sporting Clube de Lourenço Marques em1954. De pé, da esquerda: P1. P2. P3, P4, P5, P6, P7 e Armando Coelho como treinador. De joelhos: J1, J2, J3, J4 e J5.

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