Foto do grande Braga Borges por via da Sra D. Mirene Graça, leoa moçambicana.
Janeiro 5, 2012
Dezembro 3, 2011
O GRANDE ALBERTO DIAS FALA SOBRE O RACISMO NO DESPORTO EM MOÇAMBIQUE NO SEU TEMPO
Muito grato ao Rogério Carreira, que enviou a nota com o comentário de Alberto Dias e ainda mais as fotos, rapinadas do seu grande sítio Roger Tutinegra.
A propósito ainda da entrevista que Eusébio deu à revista Única, e que já mereceu um comentário de Braga Borges (ambos reproduzidos na totalidade nesta casa), em baixo o precioso testemunho de Alberto Dias, de quem me lembro quando treinador no Desportivo.
Para encaixar” aqui, fiz uma edição menor, sem tocar no que de substantivo é dito:
Na segunda-feira passada ao […] ouvir o Dr. Dias Ferreira afirmar que “os racistas são aqueles que dizem que os outros é que são racista” é uma forma pedante de tornar as vítimas em réus, manifestou uma completa ignorância da vivência nas ex-colónias portuguesas.
Tenho 75 anos de idade, poucos anos mais que o Eusébio.
Joguei contra ele nos primeiros jogos que fez pelo Sporting Clube de L.M. em seniores.
Eu jogava modestamente o futebol no também modesto Grupo Desportivo Indo-Português, pois sou de ascendência do antigo Estado da Índia, onde também inicialmente havia um certo separatismo que com o tempo se foi esfumando.
Em 1951, o Indo-Português acabou com a secção de basquetebol, e o clube para onde eu gostaria de ter ido jogar seria para o Sporting de L.M. mas era como Eusébio disse, o Sporting nessa época era efectivamente um clube que só aceitava brancos nas suas hostes, havia uma excepção que era um misto que passava por branco de nome Elísio Pereira. Era efectivamente conhecido também pelo clube dos polícias e só podia ir para a polícia quem tinha feito o serviço militar – que estava vedado aos não brancos, salvo alguns que passavam como tal. Eu fui à inspecção militar e fui dispensado por excesso de contingente, claro que tudo isto antes de ter começado a guerra colonial.
Os da minha geração lembram-se bem que era efectivamente assim.
Com o aparecimento do Eusébio e outros as coisas começaram a modificar-se bastante e as mentalidades a alterar-se um bocado.
A título de curiosidade, informo também que havia um outro clube que tinha o mesmo procedimento que era o Malhangalene, clube do bairro de mesmo nome que era administrado por indivíduos idos de Portugal, claro que depois modificaram os procedimentos.
O grande rival do Sporting era o Grupo Desportivo de L.M. que foi filial do Benfica, e os curiosos que vejam as fotos antigas destes dois clubes e onde militavam os não brancos numa amálgama de cores.
Estou a escrever esta mensagem, porque me disseram que um familiar do Dr. Mário Soares, parece que de nome Barroso, que decerto também não conheceu as realidade das ex-colónias, que disse num jornal que não é verdade o que o Eusébio disse.
Atenciosamente,
Alberto Carmo Rodrigues
(fim)
Dezembro 1, 2011
BRAGA BORGES EXPLICA AS CORES DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES
Muito grato ao João Cabrita.
Na sequência da entrevista de Eusébio à revista do semanário Expresso de Lisboa, a Única, Braga Borges, que é seu contemporâneo dos tempos do Sporting de Lourenço Marques, escreveu uma notinha que merece ser lida. Eu já a havia recebido por várias vias (o meu obrigado aos que me enviaram), mas escolhi, com vénia, colocar a nota, tal como publicada ontem, 30 de Novembro de 2011, em Maputo, no jornal O Canal de Moçambique.
Para o exmo. Leitor ampliar o texto e fotografia em baixo, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.
Setembro 15, 2010
EQUIPA DE FUTEBOL JUNIORES DO SPORTING DE LM, 1958
O último jogador em baixo, à direita, o António da Piedade Domingues, conhecido por Garradas ou Garradas Domingues, e faleceu em 2006.
Aqui em baixo, uma versão melhor da fotografia, que acredito vem do grande Braga Borges: