Recorte do Diário de Lourenço Marques, de 5ª feira, 22 de Fevereiro de 1968. Recorte da colecção de Suzana Abreu Barros, gentilmente cedido, retocado.
Fevereiro 2, 2024
Novembro 1, 2023
JOSÉ SENA NO CLUBE DE TÉNIS NO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 50
Imagem cortesia de Isabel Sena, retocada.
Setembro 24, 2022
Setembro 8, 2022
A EQUIPA DE VOLEIBOL DOS MARISTAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 6O
Imagens da colecção de Eduardo Horta, retocadas. O Eduardo diz que foram tiradas após um torneio de voleibol. De costas, que está a entregar os prémios é o Professor Prata Dias.
Setembro 3, 2022
ESCOLA DE TÉNIS DO PROF. PRATA DIAS NO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1974
Imagem retocada e colorida.
Setembro 16, 2021
AS INSTALAÇÕES DO CLUBE FERROVIÁRIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60
Imagens retocadas.
Novembro 7, 2018
CAMPEONATO DE TÉNIS ANUAL DO LOURENÇO MARQUES LAWN TENNIS CLUB, 1933
O Ilustrado de Lourenço Marques, Nº, 1 de Junho de 1933, p.88.
Imagem retocada.
RECORTES DESPORTIVOS DE LOURENÇO MARQUES, ABRIL DE 1933
O Ilustrado de Lourenço Marques, Nº2, 15 de Abril de 1933, p.23. Imagem retocada.
Abril 16, 2018
Março 24, 2013
ANTÓNIO TRINDADE, GRANDE TENISTA DE MOÇAMBIQUE, VENCE COPA IBÉRICA HOJE
Parabéns ao nosso Campeão.
Junho 28, 2012
A INAUGURAÇÃO DOS CAMPOS DE TÉNIS DO FERROVIÁRIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960
Fotografia da colecção de Fernanda Simões, neta de Henrique Rodrigues por parte da mãe, restaurada. Para ver no tamanho original, prima na imagem em baixo.
Janeiro 9, 2012
SÉRGIO CRUZ, A ESTRELA DE MANICA, CAMPEÃO DE TÉNIS
Nasceu em 31 de Agosto de 1954 na então bucólica Vila Manica, entre os mais belos cenários naturais que África pode proporcionar. E cresceu para se tornar num grande campeão de ténis, em Portugal, onde foi o nº1 entre 1978 e 1981, e internacionalmente. Sem dúvida um dos melhores senão o melhor tenista que Moçambique e Portugal tiveram até hoje. Hoje com 57 anos, Sérgio Cruz é um conceituado treinador e consultor de ténis, baseado na Suíça, tendo treinado entre outros, Jim Courier, e trabalhado com Pete Sampras.
Mas não esqueceu nunca a sua terra natal e os seus encantos.
Aqui, a ligação ao seu sítio profissional na internet.
CARLOS RAMOS, ÁRBITRO DE TÉNIS INTERNACIONAL
Cito o texto de Marta Talhão no Jornal Económico de dia 9 de Janeiro de 2012:
Em criança sonhava ser guarda-redes de futebol mas hoje, aos 40 anos, é o único árbitro do Mundo a ter dirigido as finais de singulares masculinos dos quatro torneios do Grand Slam – Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Open dos EUA. A infância foi passada entre o continente africano e Portugal.
Nascido em Lourenço Marques (actual Maputo) numa Moçambique à época colonizada pelos portugueses, teve o primeiro contacto com o ténis em Angola, onde passava férias. Sem família ligada ao ramo, poucas seriam as probabilidades de escolher a profissão no desporto, mas Carlos Ramos desde cedo revelou aptidão para contrariar as estatísticas.
“Completar o ‘Grand Slam de carreira’ foi especial, ainda que não considere comparável com um jogador que ganha esses quatro torneios. Mas não deixa de ser gratificante, em especial para um árbitro que não vem de um país do Grand Slam”, afirma Carlos Ramos ao Diário Económico, a partir da sua residência, em Lyon, França: é lá que vive desde 1996. Pelo menos quando não se encontra em parte incerta do globo a apertar a mão a Roger Federer, Rafael Nadal ou Novak Djokovic.
Quando era mais novo “sabia coisas como a tensão das cordas do [John] McEnroe” e, no Clube de Ténis do Jamor, chegou a treinar-se com os futuros campeões nacionais Emanuel Couto e Bernardo Mota. “Mas talvez não tivesse jeito suficiente”, admite, em tom descontraído. Acabou “mordido” pela arbitragem, ocupação que, aos 16 anos, escolhera como forma de pagar as aulas de ténis e as encordoações das raquetas porque, sublinha, “sempre quis ser o mais independente possível”.
(fim)
Dezembro 25, 2011
ENCONTRO DE NATAL COM O GRANDE TENISTA SR. ANTÓNIO TRINDADE
Esta nem inventada.
Na véspera de Natal fui comer um sorvete com os meus amigos de infância Sotero e Paulo Morgado (filho e sobrinho dos Engenheiros Morgado que muita obra fizeram em Moçambique e meu colega na então Escola Rebelo da Silva) e depois fomos ao Café e Cozinha do Campo, do Luis Feio, que fica em Carcavelos, para dizer olá ao Luís e à família. O Luis também é de Moçambique e a comida é boa e a hospitalidade…bem, sabem como é – do melhor.
Estávamos lá sentados quando pela porta entra nada menos que António Trindade, campeão e figura incontornável do ténis em Moçambique antes da Independência. O Luis conhecia-o bem de vista mas não conhecia as suas credenciais desportivas, que incluem o Sr. Trindade ser actualmente (78 anos) campeão do ténis de Masters de Portugal.
Desavergonhadamente, corri a cumprimentá-lo e tirei as fotos em baixo.
Foi a primeira vez que conheci pessoalmente o grande Campeão – uma verdadeira surpresa e uma grande prenda de Natal.
Pedi ao Sr. Trindade umas fotografias suas para colocar aqui, ao que ele gentilmente acedeu.
Dezembro 16, 2011
JOVENS TENISTAS DE LOURENÇO MARQUES, 1974
Fotos muito gentilmente cedidas por Margarida Nunes Jordan.
A quem souber, a Margarida gostava de saber o que é feito do Pimentinha, basta mandar uma nota para aqui.
Outubro 17, 2011
ANTÓNIO TRINDADE, CAMPEÃO DE TÉNIS EM MOÇAMBIQUE E EM PORTUGAL
A foto de António Trindade e Manuel Prata Dias está no fabuloso sítio Xirico.
As restantes fotos de António Trindade vieram dos sítios da Federação Portuguesa de Ténis e Lagossports.
MARIA JOSÉ SILVA, CAMPEÃ DE TÉNIS DE MOÇAMBIQUE, COM MANUEL SILVA, ANOS 2000
Foto gentilmente partilhada por Manuel Dias.
Manuel Dias, conhecedor do ténis de Moçambique até à Independência, escreveu o seguinte: “O nome completo da Maria José é Maria José Silva. Ela foi campeã até 1971. Antes dela houve duas, a Teresa Prata Dias e a Marina Pmentel. Em 1972/73/74, a campeã em juniores e séniores, foi a Mila Nunes. Ainda em1974, a Mila Nunes, foi campeã em Portugal em sngulares junior, pares-mistos e pares-senhoras.”
Setembro 5, 2011
O CLUBE DE TÉNIS DE LOURENÇO MARQUES CONTRA BARBERTON HIGH SCHOOL, 1971-72
Foto de Manuela Nolasco Lamers.
Para ver a foto com maior tamanho, pro favor prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.
Junho 22, 2011
AUGUSTO CABRAL, DESPORTISTA
Estas fotos foram gentilmente disponibilizadas por Agusto (Guta) Cabral, parte de uma grande família que fez história em Moçambique.
Março 31, 2011
MANUEL PRATA DIAS, GRANDE DO TÉNIS E DESPORTO DE MOÇAMBIQUE
Fotos muito gentilmente enviadas por Ariana Dias.
No dia 11 de Fevereiro deste ano, o Prof. Rui Baptista escreveu um texto recordando o Prof. Manuel Prata Dias, que pode ser lido premindo AQUI. Na sequência dessa nota, uma neta do Prof. Prata Dias, Ariana Dias, muito gentilmente contactou aqui a casa e subsequentemente facultou as excelentes fotos que em baixo se mostram, do que foi uma figura ímpar do ténis e do desporto de Moçambique antes da Independência.
Março 28, 2011
PRATA DIAS E O CLUBE DE TÉNIS DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 70
Não tenho nenhum nome dos tenistas.
Março 2, 2011
Fevereiro 14, 2011
TORNEIO INTER-ESCOLAR DE BASQUET DA MOCIDADE PORTUGUESA EM LM, ANOS 60
Foto da colecção de Cristina e Eduardo Horta.
Agradeço ao Alberto Rodrigues, José Gonçalves, Mário Pires, João de Faria-Lopes, Paulo de Carvalho, Rui Conde, Isabel Costa e a Nini Matallana a inestimável ajuda a identificar os jogadores.
Se alguém conhecer os nomes que faltam, peço que escreva para aqui.
Fevereiro 11, 2011
MANUEL ALEXANDRE BAPTISTA PRATA DIAS (WANGONI): IN MEMORIAM
O texto é da autoria do Prof. Rui Baptista.
O recente post aqui publicado, “António Trindade a jogar ping pong, anos 60” (29/01)2011), sugere-me a oportunidade e a justiça deste pequeno texto.
Lembro-me bem de António Trindade, com quem convivi mais de perto numa altura de que uma das suas filhas foi por mim acompanhada num tratamento de ginástica correctiva ou de reabilitação como hoje se chama. Os seus despiques de ténis com Prata Dias eram famosos em Lourenço Marques chamando aos courts do Cube de Ténis de Lourenço Marques um público entusiasta que torcia ora por um ora por outro. Eram dois estilos de jogo diferentes de dois belíssimos jogadores que alternavam entre si o título de Campeão de Moçambique. Julgo até que ambos chegaram a ser campeões de ténis de Portugal, um Portugal que ia do Minho a Timor espalhando o seu nome e a sua gesta pelos cantos do mundo.
E já que vem ao caso o nome do meu Colega Prata Dias, membro de uma família ilustre e antiga da então Lourenço Marques, ao que me disseram falecido anos atrás no Brasil para onde se dirigiu depois da Independência, é justo recordar que se tratava de um atleta completo, tendo vencido vários Campeonatos Universitários, em outras modalidades desportivas (atletismo e natação) em representação do antigo INEF, hoje Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa.
Este um singelo preito (em que me atrevo associar o The Delagoa Bay Company) a um Colega e Amigo dele bem merecedor. Melhor, merecedor de uma Homenagem que faça esquecer o hábito ancestral e bem português de depreciar os vivos e esquecer os mortos que da lei da morte se foram libertando, como escreveu o Vate.
A história também é feita de testemunhos de quem foi seu contemporâneo. Seja ela feita pelo entusiasmo e obra digna de louvor de António Botelho de Melo que a espalha pela grande família moçambicana e urbi et orbi em milésimos de segundo com a ajuda de uma memória, por vezes, enfraquecida de quem presta os seus testemunhos orais, escritos ou por imagens fotográficas. Não é bem verdade, ao que se diz, que recordar é viver outra vez?
(fim)
Notas adicionais de ABM à crónica do Prof. Rui Baptista
1. O sítio da Federação Portuguesa de Ténis na internet indica que Prata Dias foi campeão nacional de ténis uma vez.
2. O texto abaixo revela o que sucedeu com Prata Dias e a sua família. Como corolário, encontrei referências laudatórias do Prof. Prata dias pelos hoje treinadores de ténis brasileiros Miguel Kelbert (“um dos tenistas e professores mais conhecidos do Estado, Miguel Kelbert começou a jogar ainda cedo no Grêmio Náutico União, sob a orientação do professor Prata Dias. Atualmente Miguel integra o team de professores da Academia TopSpin, na Associação Hebraica, além de disputar torneios pelo Rio Grande do Sul, colocando “medo” nos adversários mais jovens”) e Luiz Siqueira (“Tive a oportunidade de aprender, fazer cursos e clínicas com grandes nomes, como Kirmayr, treinador da Gabriela Sabatini, e também com o grande Prata Dias, dono de uma técnica inesquecível”)
3. O brasileiro Jornal da Orla, edição de 31 de Outubro de 2010, publicou o seguinte texto, assinado pelo colunista Sr. José Carlos Silvares, que creio ser relevante e se reproduz em seguida, com vénia:
Título: Campeões do Além-Mar
Ainda havia muito medo nos olhos de todos. O mais velho, um professor campeão de tênis, ao lado da mulher, da filha, do genro e das três netas, apesar de tudo, conseguia falar de esperança. Eles fizeram parte talvez da primeira leva de refugiados de Moçambique a chegar ao Brasil naquela época de pânico que tomava conta da colônia portuguesa no continente africano.
Era janeiro de 1975 quando o cargueiro italiano “Calagaribaldi” finalmente atracou no Porto de Santos. A passagem de ano em alto-mar foi um divisor de águas para a família Prata Dias. Todos se abraçaram a bordo e agradeceram a Deus por estarem ali sãos e salvos, embora no rumo do desconhecido.
Encontrei um professor Prata Dias ainda em pânico. Em seu primeiro contato com um brasileiro, na porta do camarote, ele começou a contar a aventura que foi conseguir as vagas no navio, após uma espera de 48 dias até a chegada do cargueiro italiano.
“Posso dizer que Moçambique foi totalmente transformada em campo de batalha, e a indecisão é o ponto marcante na vida de inúmeras famílias, que não sabem o que fazer. Algumas, com posses, foram para países distantes; outras, com menos recursos, invadem a fronteira com a África do Sul; e há os que simplesmente esperam, para ver o que vai acontecer nos próximos dias”. Foram suas primeiras palavras a um jornalista cheio de perguntas a fazer.
O professor completava: “Há muito pânico e receio, e a incerteza do que está para acontecer tem levado famílias ao desespero, fugindo e deixando parentes, terras e até roupas”. Das 300 mil pessoas que moravam na região de Lourenço Marques, capital e principal porto do país, cerca de 130 mil já tinham fugido, muitas a pé.
Moçambique vivia tempos de guerra civil, de ódio racial, na luta por sua independência de Portugal, liderada pela Frente de Libertação de Moçambique, a Frelimo. Lisboa tinha vivido a Revolução dos Cravos em abril de 1974 que depôs o regime ditatorial e as colônias buscavam a independência a qualquer custo. A família Prata Dias já estava no Brasil quando isso aconteceu, em junho de 1975.
Com medo de ser assassinados, os portugueses de Moçambique tomaram rumos diferentes. O professor Manuel Alexandre Baptista Prata Dias, então com 53 anos, fez o que achou que deveria fazer: lutou por passagens em um navio qualquer, para qualquer lugar. Juntou seus familiares, encaixotou os 312 troféus e centenas de medalhas que ganhou durante 23 anos em torneios de tênis, alguns internacionais, catalogou seus documentos como professor de Educação Física com especialidade em tênis, com diploma dos Liceus do Ultramar, e às vésperas do Natal de 1974 conseguiu embarcar.
A bordo ele soube que o navio iria para o Porto de Santos. No mar, lendo uma revista, encantou-se com imagens de Porto Alegre e decidiu: adotaria a cidade para reiniciar a vida. Tudo o que tinha na bagagem eram planos. Um deles, de lecionar numa universidade e de voltar a dar aulas de tênis.
Senti muita determinação do professor com relação ao seu futuro no Brasil, até então totalmente desconhecido e incerto, e procurei transmitir essa firmeza de meta como um exemplo a ser seguido, na reportagem publicada na época. Mais incerto e desconhecido, para ele e sua família, era o futuro em Moçambique. “Queremos uma vida melhor”, disse, ao lado da mulher Maria Teresa, da filha Maria, do genro José Armando Ribeiro Fernandes e das netas Lycia, Ariana e Ágata.
O professor tinha uma curiosidade em seu currículo. Ele nasceu a bordo de um navio alemão, o “Wangoni”, numa viagem dos pais entre dois portos sul-africanos, e sua certidão de nascimento trazia como sendo natural do navio. Quando completou 18 anos, em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, foi chamado pela Alemanha para integrar o quadro do Exército, já que havia nascido no navio, considerado território alemão. Ele não foi e no ano seguinte resolveu mudar a certidão como nascido em Moçambique.
O professor lembrou esse fato para dizer que se tivesse ido para a Alemanha teria mudado o seu destino. Acabaria mudando muitos anos depois por força de outra guerra, em seu país.
Nunca mais ouvi falar da família. Soube muitos anos depois que o seu sonho de lecionar tênis foi realizado até à morte. Um dos clubes em que foi técnico foi o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre. Alguns de seus alunos, como havia acontecido no passado, agora no Brasil, tornaram-se campeões de tênis. Um deles, Miguel Kelbert, sempre faz questão de referir-se a ele como o seu primeiro e saudoso professor.
Escrevi depois muitas outras histórias de refugiados que chegaram ao Porto de Santos, ao acaso ou não, fugindo de Angola e de outros países, fugindo do medo, fugindo do futuro incerto, em tentativas de recomeçar a vida em condições mais favoráveis. A história dos Prata Dias, no entanto, por algum motivo, sempre me vem à memória.
São histórias que lembram a dos milhares de imigrantes que, como meus antepassados e os antepassados de muitos leitores, vieram para o Brasil e aqui se firmaram no trabalho nas cidades, em fábricas, ou no campo, plantando café e colhendo seus descendentes. São cidadãos de além-mar, campeões de além-mar, trazidos por navios ou aviões, a reconfirmar que, quando se quer, tudo é possível e tudo é vitória.
(fim)