THE DELAGOA BAY COMPANY

Agosto 14, 2023

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES DURANTE UM TREINO, 1967

Filed under: 1960 anos, Equipa Sporting LM, Manuel Botelho de Melo — ABM @ 1:13 pm

Imagens de Manuel Inácio Botelho de Melo (então treinador da equipa), retocadas e coloridas.

Se o Exmo. Leitor conhecer alguém nestas imagens, por favor envie uma nota para aqui. Eu tinha 7 anos de idade nesta altura e …..

1 de 2.
2 de 2.

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES EM NAMPULA, 1967

Imagem retocada e colorida de Manuel Inácio Botelho de Melo.

A equipa de futebol do Sporting LM em Nampula, 1967.
A mesma imagem, indexada, em que: 1- ?, 2-?, 3-Marcelo de Sá, 4-?, 5-?, 6-?, 7-?, 8- Octávio de Sá, 8A-Manuel Inácio Botelho de Melo (Treinador), 9-?, 10-?, 11-?, 12-?, e 13-? Segundo as notas do meu Pai: em cima: Abílio, Perico, Marcelo, Armando, Pepita, Chong, Bazar, Octávio Sá, Melo. Em baixo: Ramalho, Tayobe, P Pinto, Frederico e Madeira

Fevereiro 4, 2023

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES, CAMPEÃ NA ÉPOCA DE 1933-34

Filed under: 1930 anos, Equipa Sporting LM — ABM @ 1:59 pm

Imagem retocada.

O Sporting ganhou muitos dos primeiros campeonatos de Moçambique. Que na altura, na prática, se cingia a Lourenço Marques.

Agosto 15, 2022

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES, 1971

Filed under: 1970 anos, Equipa Sporting LM — ABM @ 1:35 pm

Imagem de Hernâni, retocada e colorida. Se o Exmo. Leitor conhecer os nomes das pessoas na imagem, por favor escreva uma nota para aqui.

Ver em baixo a mesma imagem, indexada.
1-?; 2-?; 3-?, 4-?; 5-?; 6-?; 7-?; 8-?; 9-?; 10-?; 11-?

Setembro 14, 2021

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES EM NAMPULA, 1967

Filed under: 1960 anos, Equipa Sporting LM, Manuel Botelho de Melo — ABM @ 8:38 pm

Imagem retocada, que era do meu Pai.

A equipa de futebol do Sporting LM em Nampula, 1967.

A mesma imagem, indexada. Eu lembro-me de quase todos eles mas com nomes no futebol sou um zero à esquerda. Se o Exmo. Leitor conhecer alguma das pessoas retratadas, peço que envie uma nota para aqui. O nº10 é Manuel Inácio Botelho de Melo, treinador da equipa naquela altura.

Setembro 8, 2021

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES NUM TREINO, ANOS 60

Imagens retocadas. ACHO que é o Sporting LM. O treinador é Manuel Inácio Botelho de Melo.

1 de 2. O 2º a contar da direita é Botelho de Melo.

2 de 2. Se o Exmo. Leitor conhecer alguém, por favor envie uma nota para aqui.

Outubro 30, 2019

NUNO MARTINS RECORDA MÁRIO WILSON E EUSÉBIO EM ENTREVISTA, 2016

Uma grande e memorável peça de Rui Miguel Tovar, uma entrevista a Nuno Martins (com 82 anos de idade em 2016), publicada n’O Observador em 27 de Outubro de 2016, donde extraí os seguintes excerptos.

O Sporting LM em 1960. Nuno Martins, entrevistado em 2016 por Rui Miguel Tovar, é o capitão da equipa, o segundo de pé a contar do lado esquerdo.

SOBRE MÁRIO WILSON (com quem Nuno Martins jogou na Académica de Coimbra nos anos 50)

Quem jogava nessa altura?
Na baliza, Orlando Carvalho Ramin. Na defesa, eu à direita, Melo à esquerda, Corina e Carola no meio.

Corina e Carola, isso são desenhos animados?
Eheheheheh. O Corina é o Mário Wilson, o Carola é o Mário Torres.

Mário Wilson. O Nuno jogou com o Mário Wilson?
Ai sim, sim. Muito. E bem.

Como era ele?
Metia a bola onde queria desde a defesa. E metia-a de uma maneira muito própria. Repare: toda a gente sabe que se nos inclinarmos muito para trás, a bola sai pelo ar, totalmente desgovernada. O Mário Wilson, não. Jogava quase sempre inclinado e as bolas saíam-lhe rasas, perfeitas para os extremos.

E como pessoa?
Era um companheirão. Discutia problemas que não lembram ao diabo, sempre bem-disposto, muito educado, vivo, cheio de humor. Os irmãos também estavam em Coimbra: o Guilherme Oliveira jogava nas reservas da Académica e o Henrique era basquetebolista, também da Académica.

MOÇAMBIQUE E EUSÉBIO

Uau, isso é memória RAM. Então, e depois da Académica?
Fui jogar para Moçambique. Fiquei encantado com aquela terra e quis ficar. De 1958 a 1964, fui jogador, capitão e treinador do Sporting de Lourenço Marques.

Ah, então foi assim que se cruzou com Eusébio?
Sim, vamos lá começar a conversa a sério [risos]. Num determinado dia, ou melhor noite. Naquela altura, os treinos eram das 19 horas até às 22, 22 e tal. Estava eu a trabalhar com os três guarda-redes com bolas medicinais quando me aparece um seccionista do Sporting, de seu nome Vigorosa, a dizer “Estão ali cinco rapazes que querem treinar e vir à experiência. Um deles, já o vi jogar e é muito bom, um miúdo com uma habilidade nata, um fora de série”. Àquela hora, não dava muito jeito mas eram miúdos e devemos sempre dar-lhes uma oportunidade. Ok, disse eu, que calcem umas sapatilhas e vamos observá-los. Aparece então um miúdo magrinho, de 16 anos, e espantou-me a sua voz de líder. Perguntei-lhe o porquê ter aparecido só àquela hora e ele responde-me: “Bem, fomos ali ao campo do Desportivo [conotado com o Benfica de Lisboa, devidamente simbolizado com a águia] e não nos deixaram entrar.”

Porquê?
O treinador de juniores do Desportivo era um senhor chamado Mário Romeu, funcionário da embaixada italiana em Lourenço Marques, e certamente já tinha acabado o treino. Ter-lhes-á dito “não, hoje já não há mais nada para ninguém.” E o Eusébio, juntamente com os seus quatro amigos, saiu do Desportivo e entrou pelo portão do Sporting, onde estava eu a treinar os guarda-redes.

E depois?
Eles, os cinco, treinaram comigo e com os três guarda-redes. Fizemos um campo improvisado e jogámos uma peladinha, onde percebi que o Eusébio tinha uma habilidade acima da média. Disse-lhe logo ‘tu ficas no Sporting, podes ser inscrito’ ao que ele respondeu imediatamente ‘inscrevo-me eu não, ou nos inscrevemos todos ou não se inscreve ninguém’. A tal firmeza na voz aos 16 anos. Isto é muito importante. Não é para todos. Eu então disse ao Vigorosa para os inscrever a todos.

Desculpa lá mas vou repetir-me: e depois?
Aos 17 anos, o Eusébio já era um jogador feito. Chamei-o ao meu gabinete e perguntei-lhe se queria mais uma época nos juniores ou se queria saltar já para as honras, que era como se chamavam os seniores. Ele respondeu-me na hora: ‘Quero ir para as Honras.’ Pronto, o resto é história.

Não, não. Conte lá algumas histórias do Eusébio.
Os primeiros jogos foram verdadeiramente empolgantes. Ele tocava na bola e levava tudo à frente. Era um fenómeno. Marcava golos, assistia os companheiros, fazia todo o tipo de diagonais.

Jogava a que posição?
Interior-esquerdo. Sempre. E sempre com o número 10. Tinha cá um pé esquerdo. Mais habilidoso e potente que o direito. Com o passar do tempo, habituou-se a jogar mais com o direito do que com o esquerdo e isso permitia-lhe fazer todas as diagonais possíveis e imaginárias. Lembro-me de uma dele.

Onde?
Numa viagem às Maurícias, pela seleção. Em Lourenço Marques, só havia pelados [campos sem relvado]. E nas Maurícias, o clima é marítimo, pelo que a relva era húmida. O Eusébio calçou umas chuteiras com pitons rasos e fez jogos extraordinários, sem cair uma única vez. Os locais estavam verdadeiramente espantados porque alguns deles ainda tropeçavam, escorregavam, caíam. O Eusébio não. Parecia um bailarino. E marcava golos. Na estreia pelo Sporting, ganhámos 4-1 e ele marcou logo um ou dois. A partir daí, começou a ser conhecido. E a lenda foi crescendo, crescendo, crescendo…

É aí que aparece o Sporting e o Benfica?
Não, não. Antes disso, há o Belenenses. Lembro-me perfeitamente que o Belenenses fez uma digressão por Moçambique e jogou com a seleção dos naturais. Quando chegou a Portugal, o mestre Otto Glória, treinador do Belenenses [e seleccionador de Portugal no Mundial-66], foi questionado pelos jornalistas portugueses sobre Eusébio, porque já se falava dele. Mas Otto Glória respondeu que “não, como Eusébio havia lá muitos.” Sinceramente, não percebi.

Terá Eusébio jogado mal nesse dia com o Belenenses?
Sim, não terá sido o Eusébio de sempre mas dizer que há muitos como ele… Essas reticências do Otto Glória fizeram com que o Sporting não apostasse logo no rapaz. Aliás, eu próprio, como treinador do Sporting de Lourenço Marques, recebi dois telefonemas do Sr. Fernando da Costa, chefe de departamento do Sporting Clube de Portugal, a perguntar-me se o Eusébio era, de facto, aquilo que se dizia na imprensa. Eu respondi sempre que sim, que o rapaz não enganava ninguém, mas do lado de lá disseram-me que ele não ia para o Sporting.

É aí que aparece o Benfica?
Antes de responder a isso, vou dizer-lhe uma coisa: um certo dia, estava eu a preparar-me para sair de casa em direção ao Campo João da Silva Pereira para mais um treino no Sporting, quando o Eusébio bate-me à porta. Foi lá despedir-se de mim, que já não iria treinar nessa quinta-feira. Até me lembro da frase dele: ‘Eu vou para o Puto’, como era conhecido Portugal. Eu questionei-o: ‘Mas então já assinaste, já falaste com a Direção” e ele respondeu-me ‘já, já’. E estava correto. A Direção estava ao corrente de tudo e o Eusébio desapareceu de cena. Antes disso, pedi-lhe uns minutos, fui a casa e ofereci-lhe um casaco-blazer que tinha comprado na África do Sul. Ele agradeceu e adeus.

E a teoria do rapto?
O que eu sei é que o Eusébio pernoitou na casa de um senhor chamado Vasco Machado, juntamente com o Major Rodrigues de Carvalho, que mais tarde acabou por ser Brigadeiro e Presidente da Assembleia Geral do Benfica. Ora o que se passou? Conta-se que esse Major foi à estação central dos Correios, Telégrafos e Telefones de Lourenço Marques, ao lado do Café Scala, na parte baixa da cidade, e emitiu dois telegramas. Um para o Sporting Clube de Portugal, a dizer “Eusébio segue navio motor, Príncipe Perfeito”. E outro para o Benfica. “Rute, segue avião hoje”. O que aconteceu? Enquanto o Sporting fez contas de cabeça sobre a viagem de barco, que atracava em Chelas, o Benfica foi buscar o Eusébio à Portela naquela noite de dezembro 1960. Nesse ano, fomos campeões.

Fomos, quem?
O Sporting de Lourenço Marques. Eu a capitão, o Eusébio a número 10.

Voltou a ver o Eusébio?
Sim, muitas vezes. Por exemplo, em 1963, quando o Sporting de Lourenço Marques ganhou o campeonato distrital, provincial e a eliminatória com o campeão de Angola, que lhe garantiu o direito de jogar a Taça de Portugal. E quem foi o nosso adversário? O Sporting Clube de Portugal. Viemos a Lisboa e fizemos os dois jogos. Perdemos o primeiro por 3-1, a ganhar 1-0 ao intervalo. Ficámos hospedados no Hotel Suíço Atlântico, junto ao Elevador de Santa Justa. E o Eusébio foi lá ter lá connosco, almoçar. Quem lá estava era o fotógrafo sr. António Capela, do “Record”. Por graça, vestimos o Eusébio com a camisola 10 do Sporting de Lourenço Marques e tirou-se uma fotografia. Eu aí disse-lhe ‘estás metido numa encrenca, se essa fotografia sai…’ e o Eusébio, já jogador feito e consagrado no Benfica, pediu então ao Capela para que a fotografia não fosse publicada. Dito e feito. Acordo de cavalheiros. Na segunda mão, outra vez em Alvalade, perdemos 4-2, mas esteve 2-1 e 3-2.

Nuno Martins em 2016. Foro de Pedro Azevedo, retocada.

Novembro 7, 2018

RECORTES DESPORTIVOS DE LOURENÇO MARQUES, ABRIL DE 1933

O Ilustrado de Lourenço Marques, Nº2, 15 de Abril de 1933, p.23. Imagem retocada.

 

A “página desportiva” da revista ilustrada do Notícias de Lourenço Marques, com imagens de futebol, ténis, equitação e … aviação.

Novembro 1, 2018

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING LOURENÇO MARQUES, 1954

Grato ao Manuel Azevedo.

 

A equipa de futebol do Sporting Clube de Lourenço Marques em1954. De pé, da esquerda: P1. P2. P3, P4, P5, P6, P7 e Armando Coelho como treinador. De joelhos: J1, J2, J3, J4 e J5.

A EQUIPA DE JUNIORES DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES, 1970-71

 

 

A equipa de Juniores do S.C. LM, 1970 71. Topo, da esquerda: T1, T2, T3, T4, T5, T6 e T7. De joelhos, da esquerda: J1, J2, J3, Mesquita Botelho de Melo e J5. Se souber os nomes em falta, escreva para aqui.

Maio 13, 2018

SPORTING CLUBE DE LOURENÇO MARQUES: UMA BREVE HISTÓRIA

O original deste interessante texto encontra-se no sítio Forum SCP AQUI e é copiado com vénia ao autor, que não sei quem é. Os títulos, as imagens e alguma edição menor são meus. De destacar que alterei a data da fundação do Sporting de 3 para 6 de Maio de 1920, que é a data que o clube sempre indicou como sendo a data.

História do Sporting Clube de Lourenço Marques

As origens do Sporting Clube de Lourenço Marques encontram-se em 1915, quando um grupo de estudantes do Liceu 5 de Outubro formaram uma equipa de futebol, a que decidiram chamar Sporting, por a maioria ser adepta do Sporting Clube de Portugal. Esse grupo incluía Jorge Belo, Júlio Belo, José Agent, António Amorim, Manuel Dias, João Amorim, Abel Cardoso, Luís Cardoso, Luís Maria da Silva, João Carvalho, José Roque de Aguiar, e A. Gonçalves.

Este foi o núcleo que, cinco anos depois, sendo o Sporting Clube de Lourenço Marques já um clube importante na região, decidiu legalizar o clube. No dia 6 de Maio de 1920, considerado nos estatutos como a data oficial da fundação do clube, vinte sócios fundadores realizaram uma assembleia geral onde foram votados os estatutos, cuja aprovação foi requerida ao Governador-Geral a 15 desse mês e a qual foi concedida em 21 de Julho de 1920.

Esses fundadores foram Jorge Belo, Joaquim Duarte Saúde, José Roque de Aguiar, Peter Mangos, António José de Sousa Amorim, Alberto Gonçalves Túbio, Júlio Belo, José Nicolau Argent, Edmundo Dantes Couto, Manuel Sousa Martins, José Miguens Jorge, José Mendes Felizardo Martins, Alfredo Carlos Sequeira, João Carvalho, Manuel Dias, José Lopes, António Pimenta Freire, Augusto Gendre Ferreira, António Maria Veiga Peres, Abílio Carmo, João de Freitas e Fernando de Figueiredo Magalhães.

Note-se que a maioria dos fundadores era menor de idade, e o requerimento de legalização foi subscrito por pessoas que não participaram na reunião fundacional de 6 de Maio.

Rapidamente o Sporting de Lourenço Marques se tornou num dos mais importantes clubes desportivos de Moçambique, não se limitando ao futebol.

Em Março de 1923 o Dr. Aurélio Galhardo encetou negociações com o clube moçambicano para que este se tornasse Filial leonina. Assim, o Sporting Clube de Lourenço Marques tornou-se a Filial nº 6 do Sporting Clube de Portugal, e assim se manteve até 1975.

Detalhe de uma peça do suplemento do Notícias de Lourenço Marques, alusiva à inaugração, em Julho de 1933, da nova sede e campo de futebol do Sporting LM.

Em 1975, já após a independência de Moçambique, tornou-se Sporting Clube de Maputo, para em 1977 assumir a designação actual – Clube de Desportos da Maxaquene. Entre Dezembro de 1981 e Fevereiro e 1982, o clube chamou-se Asas de Moçambique, voltando a ser Maxaquene após três meses como Asas. O Maxaquene adoptou como cores o azul e vermelho, mantendo actividade desportiva nas modalidades de futebol e andebol.

Afinal Black was Beautiful in Sporting LM ?

Segundo os testemunhos de antigos jogadores de futebol do Sporting de Lourenço Marques, Naldo Quana, Joaquim Aloi, Miguel Vaz e Leovelgildo Ferreira, que transitaram para o Maxaquene, antes da independência o clube “era selectivo. Para os negros jogarem no Sporting ou tinham que ser jogadores com a qualidade de Eusébio da Silva Ferreira ou, então, tinham que ter alguém que os apadrinhasse”. Os seus dirigentes e atletas proviriam principalmente da Polícia e dos Serviços Municipalizados de Água e Electricidade (SMAE).

No entanto, isto era decorrente, não de uma decisão do Sporting de Lourenço Marques, mas sim de uma “proibição da utilização de negros sem alvará de assimilação” no futebol.

Efectivamente, José Craveirinha, um dos maiores poetas de Moçambique e figura maior da literatura de língua portuguesa, galardoado em 1991 com o Prémio Camões, enalteceu “o rasgo de puro e desassombrado desportivismo” que representara, na época de 1951/52, o “caso absolutamente ímpar” da “apresentação, nas pistas de atletismo, de alguns atletas negros puros, envergando a alegadamente tão susceptível, até aí, camisola do Sporting local.” Mais ainda, os sino-moçambicanos de Lourenço Marques praticavam desporto no Sporting.

Futebol

O Sporting de Lourenço Marques foi um dos mais importantes clubes de futebol de Moçambique, tendo conquistado múltiplos troféus. Chegou a participar na Taça de Portugal: de acordo com Nuno Martins, jogador/treinador, “cabia na maior parte das vezes a Moçambique decidir com Angola a oportunidade de jogar os oitavos-de-final da Taça de Portugal aqui no Continente. Ganhei duas vezes, por duas vezes vim com o Sporting de Lourenço Marques à Taça de Portugal. A primeira, da qual fez parte o Eusébio, tenho até a placa de quando cá viemos. Nessa primeira vez jogámos com o Belenenses nos quartos-de-final, na segunda jogámos com o Sporting Clube de Portugal e fizemos de Alvalade ‘a nossa casa’, embora tivéssemos ficado alojados no Vila Parque e no Parque Eduardo VII, ficámos alojados nessa unidade hoteleira, mas servimo-nos de Alvalade como nossa casa para tudo o que fosse preciso, cuidados primários de assistência e até dos próprios treinos. Recordo-me ainda com mais saudade dessa eliminatória frente ao Sporting para a Taça de Portugal, porque perdemos a primeira mão em Alvalade num sábado por 3-1, e recebi um telegrama vindo da rapaziada de um café da Baixa de Lourenço Marques, ao meu cuidado, a pedir que prescindíssemos da 2ª mão porque a derrota por 3-1 era suficiente e todos já estavam galvanizados, entusiasmados. Mas não, fizemos a 2ª mão, como era obrigatório, e perdemos por 3-2, e por duas vezes tivemos o 3-3 nos pés”.

Moçambique era nessa altura um viveiro de talentos futebolísticos. Jogadores que depois vieram jogar pelo Sporting Clube de Portugal incluiram, por exemplo, Juca, que começou no Sporting de Lourenço Marques como guarda-redes, mas que, tendo como concorrente o Costa Pereira que depois representou o Benfica e a Selecção Nacional, passou para médio, lugar onde fez uma brilhante carreira. Hilário, que se tinha estreado como júnior no Atlético, transferiu-se para o Sporting de Lourenço Marques a troco de um emprego nos SMAE, e da Filial nº 6 foi para a casa-mãe. Outros jogadores do que fizeram o mesmo caminho foram por exemplo Morais Alves e Armando Manhiça.

Hilário, na 2ª Série de Ídolos do Desporto”, 24 de Outubro de 1959. Estava hà cerca de um ano no Sporting.

O Caso do Eusébio

No entanto, o mais famoso jogador do Sporting Clube de Lourenço Marques foi, para além de Hilário, o Eusébio,  que se notabilizou ao serviço do Benfica e da Selecção Nacional.

O jovem Eusébio.

Eusébio chegou ao Sporting de Lourenço Marques em 1958, depois de ter sido rejeitado pelo vizinho Grupo Desportivo Lourenço Marques, actual Grupo Desportivo de Maputo. No Sporting, Eusébio jogou durante somente duas temporadas no escalão de juniores, quando tinha 16/17 ou 17/18 anos de idade. Foi aí que Eusébio aprimorou, sozinho, o seu potente remate com o pé direito, pegando em três bolas e ensaiando remates de meio-campo para uma baliza sem guarda-redes.

A equipa de futebol do Sporting de Lourenço Marques, cerca de 1960. Atrás, à esquerda, a sede do Clube, inaugurada em 1933.

A história da sua transferência do Sporting de Lourenço Marques para o Benfica é pouco clara, mas diz-se que teria sido “raptado” por elementos do clube encarnado para embarcar no avião horas antes do check-in dos passageiros com destino à Metrópole. Isto é negado pelo próprio, que disse, com clara falta de memória pelas cores que primeiro envergou, “dizem que fui roubado pelo Benfica, mas foi ao contrário. O Sporting é que queria raptar-me, mas não conseguiu porque não gosto nada do Sporting.” Certo é que o Sporting de Lourenço Marques utilizou o dinheiro que recebeu por esta transferência para construir o seu Pavilhão dos Desportos.

O estádio coberto do Sporting LM inaugurado nos anos 60, pago em parte, segundo o texto, com a receita da transferência de Eusébio. Em primeiro plano, o campo de futebol, inaugurado cerca de Julho de 1933.

Numa entrevista ao Expresso publicado no dia 12 de Novembro de 2011, Eusébio declarou que o Sporting de Lourenço Marques “era o clube da Polícia e dos racistas”. Estas afirmações foram prontamente desmentidas por antigos jogadores do clube que com ele lá jogaram. Entre eles contam-se Hilário, que disse “o Eusébio não sofreu na pele essa situação” e, segundo as suas próprias palavras “fui o primeiro preto a jogar no Sporting de Lourenço Marques e sempre fui muito bem tratado. (…) Depois de mim, foram muitos pretos, brancos e mulatos que ingressaram no Sporting de Lourenço Marques.” Também Braga Borges, antigo jogador do Sporting de Lourenço Marques, declarou “Se éramos um clube elitista e racista, ele que explique então porque saíram do “seu” Desportivo, para jogar no Sporting, o Satar e o Merali, que eram indianos, e o Sérgio Albasini, que era mestiço. Eu avivo-lhe a memória: a dupla de centrais era composta por Satar (indiano) e Rangel (misto/chinês); o avançado centro, Maurício, era preto (para não falar do próprio Eusébio); havia ainda Morais Alves, Roberto da Mata, Madala, etc. etc. etc., todos de raças diferentes. (…) Então e quando o Sporting era convidado a participar em torneios na África do Sul (na época do apartheid) e uma das exigências para a participação era a equipa não incluir atletas pretos, o que é que os dirigentes do Sporting faziam? Não ia ninguém, declinava os convites!”

Satar.

 

Sérgio Albasini.

Basquetebol

O Sporting Clube de Lourenço Marques desenvolvia não apenas o futebol, mas diversas outras modalidades. Foi um clube emblemático do basquetebol português dos anos 1960 e 1970, começando em 1962, ao vencer a Taça de Portugal. A partir da época de 1965/66 foi criada, pela Federação Portuguesa de Basquetebol, a Fase Final do Campeonato Nacional que englobava o Campeão da Metrópole, o de Angola e o de Moçambique e que se realizaria pela primeira vez em Lisboa. O Sporting Clube de Lourenço Marques veio a conquistar o título máximo nacional por quatro vezes, uma das quais acabou por não contar devido a protesto.

Uma grande equipa de basquet do Sporting LM.

Pontificavam entre outros Mário Albuquerque, um dos melhores basquetebolistas portugueses de todos os tempos, Nélson Serra, eleito atleta de Moçambique do Ano em 1972, Rui Pinheiro, Tomané e Luís Almeida. Todos estes jogadores transitaram para a equipa de Basquetebol do Sporting Clube de Portugal que ganhou uma série de troféus, começando com a Taça de Portugal em 1974/75 e o Campeonato Nacional em 1975/76, menos Luís Almeida que chegou a treinar com o Sporting mas acabou por não ficar. Ao responder à pergunta “Qual foi a melhor equipa da qual fez parte?”, Rui Pinheiro respondeu “a do Sporting Clube de Lourenço Marques, sem dúvida. Esperando não me esquecer de ninguém, a equipa era composta por, além de mim: Mário Albuquerque, Nelson Serra, Tomané, Victor Morgado, Terry Jonshon, João Romão, Luís Almeida, Belmiro Simango, Morais e Periquito.”

Jogadoras de basquet do Sporting LM, anos 50. Imagem do inigualável Francisco Velasco.

Outras modalidades

O Sporting Clube de Lourenço Marques teve ainda secções de Hóquei em Patins, onde Francisco Velasco, várias vezes Campeão Latino, Europeu e Mundial, foi treinador-jogador a partir de 1964; de Atletismo; de Natação, que treinava na piscina dos Velhos Colonos, hoje da Associação de Natação de Maputo; de Tiro, com uma carreira de tiro inaugurada em 1952, e ainda de Judo.

Convite para a inauguração da carreira de tiro do Sporting LM, 1952.

Palmarés de Futebol

Campeão Distrital de Lourenço Marques em 1922, 1930, 1933, 1938, 1940, 1943, 1948, 1953, e 1960
Campeão de Moçambique em 1960 e 1962

 

Referências

Jornal Sporting de 24 de Dezembro de 1971
O futebol português em Moçambique como memória social, Nuno Domingos, Cadernos de Estudos Africanos, 9/10 (2006) 113-127
Livro de ouro do Mundo Português – Moçambique, p. 57
Ver a Tábua Biográfica da Fotobiografia do Sporting Clube de Portugal, Rui Guedes, Publicações Dom Quixote – Intercultura, 1988.
No site do Maxaquene.
Ver Triplo V
Gazeta da comunidade chinesa de Moçambique, Nº 2, Verão 2003.
Ver entrevista.
Correio da Manhã de 4 de Dezembro de 2008
Expresso, Revista Única de 12 de Novembro de 2011
Jornal Sporting de 22 de Novembro de 2011
Expresso on-line 30 de novembro de 2011
Planeta Basket
Revista Tempo nº 83 de 9 Abril de 1972.
Ver o Armazém Leonino e o blogue Delagoa Bay
Ver entrevista no Planeta Basket
Ver a sua biografia
Ver o blogue Delagoa Bay

Junho 13, 2013

HOMENAGEM DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES A BOTELHO DE MELO, 1968

Grato à Guida e Sérgio Vilarinho, que tinham este recorte guardado em casa e se deram ao incómodo de o digitalizarem e enviarem.

 

O recorte noticiando o jantar de homenagem a Manuel Inácio Botelho de Melo

O recorte noticiando o jantar de homenagem a Manuel Inácio Botelho de Melo, que durante uma época treinou o Sporting de Lourenço Marques, no que foi sucedido por Mário Ramalho.

Janeiro 5, 2012

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING CLUBE DE LOURENÇO MARQUES, 1956

Esta foto foi gentilmente enviada pela Amélia Sampaio (Cerqueira), com esta nota: “o afilhado do meu pai enviou-me agora esta foto que encontrou no álbum da mãe dele. Esta foto é de 1956, o último ano que o meu pai jogou como guarda-redes. Por esse ano já andava a treinar o Octávio de Sá para o substituir, e depois também o Hélder Silva. Se reparares há alguns jogadores nesta equipa que também estão noutra foto da equipa de 1960 aonde está o Eusébio. Não sei nomes, não me lembro (só tinha 6 anos na altura), só me lembro bem do Octávio de Sá porque como ia com o meu pai aos treinos, o Octávio brincava comigo e com o meu irmão.”

Para ver esta fotografia com o tamanho máximo, prima na imagem em baixo duas vezes com o rato do seu computador.

 

A equipa de futebol do Sporting Clube de Lourenço Marques em 1956. Peço ajuda com os nomes...

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING CLUBE DE LOURENÇO MARQUES, 1959-1960

Foto do grande  Braga Borges por via da Sra D. Mirene Graça, leoa moçambicana.

A equipa de futebol do Sporting Clube de Lourenço Marques, Campeões Distritais de Júniores em 1959-1960 após ganharem por 2-0 ao Desportivo num jogo disputado no campo do Ferroviário. De pé, da esquerda: Elísio Pereira (Treinador) , Orlando , Bessa , Leitão , Sau, Saíde , James (capitão), Eusébio, Coelho, Braga Borges e Cambé (massagista). De joelhos: Sancho Martins, Roberto da Mata, Manuel António, Morais Alves, Eduardo e Madala.

Janeiro 1, 2012

ABEL BETTENCOURT CARDOSO CONDECORA JÚLIO CERNADAS PEREIRA, ANOS 1940

Foto de Marisa Cardoso.

 

Júlio Cernadas Pereira sendo condecorado por Abel Bettencourt Cardoso, na altura presidente do Sporting Clube de Lourenço Marques. Anos 1940.

Dezembro 23, 2011

A EQUIPA DE FUTEBOL DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES, 1960, A CORES

A equipa de futebol do Sporting de Lourenço Marques, 1960. Para ver esta fotografia em tamanho gigante, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador. Faltam os nomes dos rapazes. De pé, da esquerda: Helder Silva, Cambé (massagista), Sr. Freire, (treinador), Nuno Martins, Costa (Galinha), M. Martins, A. Gama, Fernando Simões, Rangel, Amílcar e Gomes (Milicas). De joelhos: Lomelino (Paiol), Ângelo, Claudino Ribeiro, José Bernardino Gomes Júnior, Eusébio, Frederico e Madala.

Dezembro 4, 2011

ALEXANDRE FRANCO E O RACISMO NO DESPORTO EM MOÇAMBIQUE NO TEMPO COLONIAL

Alexandre Franco, um dos alicerces do basquet em Moçambique pré-Independência.

As declarações de Eusébio na entrevista concedida à revista Única iniciaram algum debate em torno da questão do racismo em Moçambique e no desporto de Moçambique antes da Independência. De alguma forma, tento recolher esses testemunhos, que poderão ser do interesse dos exmos. Leitores e para futura referência.

Em baixo, na primeira pessoa, o comentário de Alexandre Franco, um dos grandes do desporto moçambicano pré-independência, na modalidade de basquet.

Alexandre Franco hoje reside na grande cidade de Toronto, no Canadá, onde gere o Millennium-Post, uma publicação em língua portuguesa.

Mas nunca esqueceu Moçambique, tendo estado em Maputo recentemente de visita.

O seu comentário:

Conheço bem o Alberto Rodrigues e sei que ele também me conhece. Respeito as suas palavras e a verdade é que ele é um bom bocado mais velho do que eu. Diria mesmo que cerca de 10 anos.

Contudo, tudo quanto ele diz, e eu nasci em Moçambique e sou de raça branca, nem no Desportivo, nem no Sporting, nem no “seu” (do Alberto) Ferroviário, pois ele sempre foi mais conhecido como jogador de basquetebol do Ferroviário e de futebol, do Indo-Português, do que como treinador, que também foi, do Desportivo e do Malhangalene, condiz com a minha vivência, desde os meus cinco anos de idade, primeiro no Ferroviário, nos tempos do Lenine, do Luís Pina, do Adão “Linda”, do Desportivo do Frederico Morais, do Becas, do Carlos Alemão do Chico Martins, do Sporting do Octávio Bagueiro, do Branquinho, do Bebé, do Hélder Silva e com estes nomes ele bem sabe que estou a referir-me aos meus tempos de miúdo, ou seja dos meus cinco anos. Mas vivi em Moçambique até aos meus 31 anos altura em que saí como treinador da equipa principal de basquetebol do Sporting de Lourenço Marques e adjunto do Alberto Correia Mendes na Seleção Nacional de Moçambique que disputou os Jogos da Independência de Moçambique, para já não falar no Mário, no Nelson, no Vítor Morgado, no Sérgio Carvalho, no Luís Almeida, no Simango, sem esquecer os putos que levei à primeira categoria, casos do Artur Meirim, do Manuel Santiago, do Hélder Silva (filho), do Mário Martins, do Marques, do Mário Lopes e de tantos outros, numa variedade enorme de raças, desde os 5 até aos 31 anos de idade… nunca, mas mesmo nunca, deixámos de privar com pessoas de todas as cores e de todos os credos. O Alberto, indo-português, poderá ter passado por uma ou outra situação menos agradável, mas não julgo que isso lhe dê o direito de sair em defesa de uma série de asneiras que o Eusébio está farto de dizer, rejeitando reconhecer tudo quanto por ele foi feito. O que ele ficou a dever ao Vigorosa (que também não era branco), ao Sr. José Mateus, que era branco (e que tantas notas encarnadas – na altura eram notas de cem escudos, que metia no bolso do Eusébio – eu vi com os meus próprios olhos – por cada golo que ele marcava – a não ser que era este tipo de racismo que o Eusébio se referia, o de ser um branco a dar dinheiro a um preto?!), ao Fernando Costa, que também era branco e até alegando que o Sr. Elísio Pereira se fazia passar por branco, o que eu, que convivi com ele diariamente no Campo João da Silva Pereira, nunca percebi, porque a cor da sua pele era o que menos nos incomodava. Um puto de raça negra que nem se aproximava de nós no Continental, mas que era convidado a sentar-se connosco para comer uma torrada e beber um café com leite, que o 21 (ainda há muito gente que se lembra do 21, que era o nosso habitual empregado de mesa). Era este o racismo a que o Eusébio se referiu???

Ainda recentemente estive em Moçambique e fui maravilhosamente recebido por gente dos meus tempos de todas as cores e credos, tal como já acontecia naqueles que foram os melhores anos da minha vida, entre gentes de todas as cores e feitios.

Continuo a gritar a renegação do Eusébio ao Sporting Clube de Lourenço Marques por tudo e mais alguma coisa e até sugiro que leiam a edição do meu jornal http://www.postmilenio.com do próximo dia 16 de Dezembro, edição especial de Natal, onde vou colocar as “inverdades” de um tal “Pantera Negra” bem a claro.

E atenção, já lhe disse isto, pessoalmente. Ele (o Eusébio) aprendeu a odiar o Sporting. Até aí, tudo bem. Há muitos benfiquistas que lêem pela mesma cartilha. Agora dizer as asneiras que diz quando afirma que nem se lembra de ter jogado com a camisola do Sporting (o que me disse a mim) e de que o Sporting era um clube racista… Por Favor!!!

Aqui em Toronto, onde resido há muitos anos, encontrei um dia o Eusébio com o “seu” Presidente Luis Filipe Vieira. Ele (o Eusébio) chamou-me e disse-me que queria apresentar-me o “seu” Presidente. Muito bem. “O meu nome é Alexandre Franco, tenho muito prazer”, o que foi seguido das seguintes palavras; “Ah, você é o amigo do Eusébio que é do Sporting!”. E eu respondi, “Do mesmo Sporting que foi o Eusébio, o Sporting Clube de Lourenço Marques!” Meu Deus, o que fui dizer. “O quê? Já nem me lembro disso!” Que pena, que pena… e eu que a partir daí disse para comigo mesmo: “Eis as palavras tristes do meu Ex-amigo Eusébio da Mafalala.”

Não posso omitir aqui os nomes de alguns dos meus melhores jogadores, como também foram os casos de Luís Dionísio, do Eustácio Dias, João Donato, do Tam Ling, e na Seleção de Moçambique, do Sing, do Costa, do Araújo, do João Domingues, e ainda do Vítor Agostinho, do Orlando Noronha, do Carlos Rocha, do Mahlon Sanders, do João Silva, do João Ferreira, que foram meus jogadores no Benfica de Lourenço Marques (secção de Basquetebol que foi formada por mim, a pedido dos meus amigos Luís Branco – da Wagons Lits e Francisco Machado; e ainda de nomes como os do Beto Correia Mendes, Carlos Neves, Luis Neves, José Joia e Carlos Joia, Rendas Pereira, e tantos outros que de momento não me lembro.

Dezembro 3, 2011

O GRANDE ALBERTO DIAS FALA SOBRE O RACISMO NO DESPORTO EM MOÇAMBIQUE NO SEU TEMPO

Alberto Rodrigues, 2º da esquerda com a enorme estrela na t-shirt, com a equipa de basquet séniores do Desportivo LM, que treinou na época 1974-1975.

Muito grato ao Rogério Carreira, que enviou a nota com o comentário de Alberto Dias e ainda mais as fotos, rapinadas do seu grande sítio Roger Tutinegra.

A propósito ainda da entrevista que Eusébio deu à revista Única, e que já mereceu um comentário de Braga Borges (ambos reproduzidos na totalidade nesta casa), em baixo o precioso testemunho de Alberto Dias, de quem me lembro quando treinador no Desportivo.

Para encaixar” aqui, fiz uma edição menor, sem tocar no que de substantivo é dito:

Na segunda-feira passada ao […] ouvir o Dr. Dias Ferreira afirmar que “os racistas são aqueles que dizem que os outros é que são racista” é uma forma pedante de tornar as vítimas em réus, manifestou uma completa ignorância da vivência nas ex-colónias portuguesas.

Tenho 75 anos de idade, poucos anos mais que o Eusébio.

Joguei contra ele nos primeiros jogos que fez pelo Sporting Clube de L.M. em seniores.

Eu jogava modestamente o futebol no também modesto Grupo Desportivo Indo-Português, pois sou de ascendência do antigo Estado da Índia, onde também inicialmente havia um certo separatismo que com o tempo se foi esfumando.

Em 1951, o Indo-Português acabou com a secção de basquetebol, e o clube para onde eu gostaria de ter ido jogar seria para o Sporting de L.M. mas era como Eusébio disse, o Sporting nessa época era efectivamente um clube que só aceitava brancos nas suas hostes, havia uma excepção que era um misto que passava por branco de nome Elísio Pereira. Era efectivamente conhecido também pelo clube dos polícias e só podia ir para a polícia quem tinha feito o serviço militar – que estava vedado aos não brancos, salvo alguns que passavam como tal. Eu fui à inspecção militar e fui dispensado por excesso de contingente, claro que tudo isto antes de ter começado a guerra colonial.

Os da minha geração lembram-se bem que era efectivamente assim.

Com o aparecimento do Eusébio e outros as coisas começaram a modificar-se bastante e as mentalidades a alterar-se um bocado.

A título de curiosidade, informo também que havia um outro clube que tinha o mesmo procedimento que era o Malhangalene, clube do bairro de mesmo nome que era administrado por indivíduos idos de Portugal, claro que depois modificaram os procedimentos.

O grande rival do Sporting era o Grupo Desportivo de L.M. que foi filial do Benfica, e os curiosos que vejam as fotos antigas destes dois clubes e onde militavam os não brancos numa amálgama de cores.

Estou a escrever esta mensagem, porque me disseram que um familiar do Dr. Mário Soares, parece que de nome Barroso, que decerto também não conheceu as realidade das ex-colónias, que disse num jornal que não é verdade o que o Eusébio disse.

Atenciosamente,

Alberto Carmo Rodrigues

(fim)

O cartão de Sócio de Mérito da Associação Distrital de basquet de Lourenço Marques de Alberto Rodrigues, 1967.

 

Alberto Rodrigues à direita. Quem souber quem é o senhor à esquerda, por favor mande uma nota.

 

Alberto Rodrigues com...

 

A equipa de basquet séniores do Sporting Clube de Lourenço Marques, época 1957-1958. A quem souber os nomes, por favor envie uma nota. De pé, da esquerda: P1, P2, P3, P4, P5 e P6. De joelhos: J1, Alberto Dias, J2 e J3.

 

Dezembro 1, 2011

BRAGA BORGES EXPLICA AS CORES DO SPORTING DE LOURENÇO MARQUES

Muito grato ao João Cabrita.

Na sequência da entrevista de Eusébio à revista do semanário Expresso de Lisboa, a Única, Braga Borges, que é seu contemporâneo dos tempos do Sporting de Lourenço Marques, escreveu uma notinha que merece ser lida. Eu já a havia recebido por várias vias (o meu obrigado aos que me enviaram), mas escolhi, com vénia, colocar a nota, tal como publicada ontem, 30 de Novembro de 2011, em Maputo, no jornal O Canal de Moçambique.

Para o exmo. Leitor ampliar o texto e fotografia em baixo, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.

A 1ª parte de 2.

A 2ª parte de 2.

Outubro 27, 2011

ANTÓNIO CARDOSO E ARMANDO ROCHA NO FUTEBOL, ANOS 70

Muito grato à Maria Leonor Cardoso pela disponibilização das fotografias aqui contidas (e também o Armando Rocha)

Para ver estas fotografias em tamanho gigante, por favor prima na imagem que quiser ver duas vezes com o rato do seu computador.

 

Neste jogo entre o Benfica e o 1º de Maio, António Cardoso está do lado direito, de camisa escura.

 

Creio que num jogo entre o Benfica LM e o Ferroviário LM, Cardoso é o Nº3, a saltar atrás da bola.

 

A equipa do Benfica LM no dia de apresentação do novo treinador, o legendário Serafim Baptista. Cardoso é o 5º jogador a contar da esquerda. Quem souber outros nomes, por favor escreva uma nota para aqui.

 

Nesta imagem de um jogo, Armando Rocha é o de branco mais à esquerda e Cardoso o de camisa branca mais à direita.

 

Nesta imagem, Cardoso está logo à direita da bola.

 

Num Benfica LM-Sporting LM, Cardoso está atrás do jogador do Sporting, enquanto que Armando Rocha está do lado direito.

 

Nesta imagem, Cardoso está no ar, do lado esquerdo da baliza.

 

 

Setembro 16, 2011

NUNO MARTINS E EUSÉBIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 50-60

A equipa de futevol do Sporting de Lourenço Marques no tempo de Nuno Martins. A quem souber os nomes dos membros da equipa, por favor mande para aqui uma mensagem com a informação que tiver.

Muito grato à Mimi Faria e à Ana Lúcia, que me enviaram este interessante texto sobre Nuno Martins e Eusébio e o Sporting de LM, um trabalho de Néslon Jerónimo Rodrigues, publicado no Diário de Notícias de Lisboa de 11 de Setembro de 2011 e que transcrevo com vénia.

Página 1 de 2 da peça.

Página 2 de 2 da peça.

Junho 8, 2011

ENCONTRO ENTRE O SPORTING DE PORTUGAL E O SPORTING LM, 1963

Foto de Pedro Paulo Rodrigues. Que é filho de Nuno Martins.

A troca de galhardetes antes do jogo. À esquerda Zé Carlos, do outro lado, Nuno Martins. O árbitro no meio (não sei o nome dele) parece o tipo do anúncio do Martini on Ice. Penso que o jogo foi em Portugal.

NUNO MARTINS E MÁRIO TORRES EM BRAGA, ANOS 60

Fotos do Pedro Paulo Rodrigues.

O Pedro, que foi campeão de basquet em Moçambique, é filho de Nuno Martins, cujo nome completo é Nuno Álvares Martins Gomes Rodrigues, que jogou na Académica de Coimbra e no Sporting de LM, em Coimbra.

Mário Torres e Nuno Martins, aqui em Braga.

Nuno Martins nos seus tempos da Académica.

Maio 23, 2011

A EQUIPA DE FUTEBOL JÚNIORES DO SPORTING CLUBE DE LOURENÇO MARQUES, 1970-1971

Foto de José Reis, o guarda-redes na imagem em baixo, remetida por via de Manuel Jorge Pereira Baptista, a quem agradeço, com uma pequena restauração feita por mim.

A quem souber os nomes que faltam, agradeço que mande uma nota com essa informação.

A equipa de futebol Júniores do Sporting Clubde de Lourenço Marques, época 1971-1972. De pé, da esqª: P1, P2, Mocave, Juca Canotilho, P5, P6 e José Reis. De joelhos: J1, J2, J3, Mesquita Botelho de Melo e J5.

Março 25, 2011

ZITO E TAYOB, FUTEBOL DE LOURENÇO MARQUES, 1974

Filed under: 1970 anos, Equipa Sporting LM, FUTEBOL MOÇAMBIQUE, Tayob, Zito — ABM @ 2:50 am

Zito e Tayob degladiam-se, Abril de 1974, em Lourenço Marques.

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